Muitos motivos para fazer tudo de novo em 2019

Após meses de intensas cobranças, a gestão da Cemig e o Governo do Estado abandonaram todos os espaços possíveis de diálogo para a Negociação Coletiva 2018/2019. Diante disso, o Sindieletro informa que está encerrado o processo negocial neste ano.

Lutamos pelo direito de apresentar, em 2018, as reivindicações legítimas do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras. Foram oito pontos de pauta, incluindo a recomposição da remuneração dos eletricitários que ficaram sem a PLR 2017, que seria feita na forma de um abono. 

E a negociação ocorreu, de fato, até o dia 28 de outubro, data do segundo turno das eleições gerais. Apurado o resultado, o processo negocial mudou. E para pior.

Com a derrota do Governo Pimentel nas urnas, fecharam-se, também, todos os canais de interlocução. O diálogo com os eletricitários existiria apenas enquanto havia aspirações eleitorais de Pimentel? Será que não havia, de fato, vontade política na negociação? A esses questionamentos, somente os representantes do outro lado podem prestar esclarecimentos.

Nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos mais o que fazer:  dar continuidade à nossa luta!

Quando fechamos o Acordo com vigência bienal - e possibilidade de apresentar nova pauta em 2018 - sabíamos dos riscos. Entretanto, sempre mantivemos firmes a convicção tanto no processo negocial quanto na nossa luta. Essa é a prerrogativa do Sindicato.

E com o desfecho inesperado da negociação deste ano, muitas coisas certamente estão passando pela cabeça dos trabalhadores e trabalhadoras:  Quantas batalhas ainda teremos que lutar? Quantas vezes a nossa esperança será posta à prova? Fracassamos?

E as respostas para essas perguntas, companheiros e companheiras, nos dão a certeza de que não houve fracasso algum: Lutaremos todas as batalhas necessárias, sem jamais perder  a esperança, porque essa é a nossa essência.

O que nos define não é um evento isolado, mas a nossa trajetória histórica de resistência, combatividade, unidade e muita coragem para enfrentar os desafios.

E mobilização, termo tão utilizado no movimento sindical, é a síntese desses conceitos na forma de ação.

E de mobilização nós entendemos: Foi através dela que conseguimos resistir às tentativas de retirada de direitos e garantimos conquistas nos últimos quatro anos. Barramos a redução no prêmio do Seguro de Vida e conquistamos aumento real. Impedimos a retirada do cálculo da periculosidade sobre a remuneração em 2016 e derrubamos a cláusula de quitação plena de direitos, no ano passado.

E atravessamos esse período mantendo intactas a nossa autonomia e liberdade na representação sindical. Prova disso foi a maior greve já realizada pela categoria eletricitária, que durou 54 dias - entre o fim de 2015 e início de 2016.

A nossa luta é justa, companheiros e companheiras! Enquanto a gestão da Cemig não mede esforços para concentrar renda nos maiores salários, não reconhece a entrega intelectual e o engajamento de seus trabalhadores e não respeita os limites da saúde, a nossa pauta é diferente.

Nós, eletricitários e eletricitárias, lutamos por uma sociedade igualitária, com as devidas liberdades democráticas. Lutamos por justiça na distribuição de renda na Cemig, por condições dignas de trabalho e pela valorização da entrega do conhecimento sobre o processo de trabalho de cada eletricitário e eletricitária.

E por falar em luta, temos várias e urgentes batalhas à nossa espera. Independente da escolha que cada um fez nas urnas em 2018, temos a responsabilidade, como classe trabalhadora, de defender a Cemig contra a nova ameaça de Privatização.

E ainda há direitos sociais e trabalhistas para resguardar. Conquistas a alcançar.

Como cidadãos, temos de alavancar o projeto de sociedade com democracia, inclusão, justiça social, tolerância e liberdade para todos, sem exceção!

Esperança talvez seja a palavra chave deste momento.

Esperança boa. Esperança traduzida nas singelas linhas de Henfil.

A esperança em você. Em todos.

A esperança (que) somos nós.