Estamos mais solidários. Porém, contrariamente, o governo federal instalou a barbárie para os pobres e a classe trabalhadora
No dia 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta da China sobre uma situação atípica na área de saúde: vários casos de pacientes com pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei. Em 7 de janeiro de 2020 a OMS avisou que era um tipo novo de Coronavírus, nunca antes encontrado em humanos, e no dia 11 de março declarou situação de pandemia, caracterizada por casos em vários países, ao mesmo tempo.
Coube a cada governo decidir o que fazer para a proteção à vida de seus cidadãos. A maioria das nações seguiu as orientações da OMS e decretou o isolamento social, o fechamento do comércio, aeroportos, cinemas, museus; proibição de shows e futebol; as ruas ficaram vazias e as máscaras se tornaram instrumento de proteção essencial.
Os países que não seguiram as orientações da OMS tiveram que encarar a tragédia anunciada pelos especialistas se nada fosse feito: explosão de casos e mortes, hospitais superlotados, chegando-se à realidade de não haver mais vagas nas UTIs e os médicos terem que escolher quem seria internado.
Na Itália, uma cena chocante que deixou o mundo estarrecido: o papa Francisco deu sua bênção rotineira na Praça de São Pedro completamente vazia. O país viveu o caos em seu sistema de saúde.
Os países que adotaram as recomendações da OMS viram, em um curto período, os números de casos e mortes caírem, até zerarem, como a própria China, a Nova Zelândia e a Coreia do Sul.
Dentro desse cenário, a fome passou a ameaçar mais famílias. A Oxfam International, uma entidade presente em 90 países com estudos e soluções para a fome e a desigualdade, prevê que 500 milhões de habitantes entrarão para a pobreza durante a crise.
Brasil: uma realidade chamada genocídio
Já no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro é o principal fator da crise sanitária, humanitária e econômica. O primeiro caso oficial de Covid-19 registrado no país foi em 26 de fevereiro e, desde então, o presidente desdenha da pandemia (“uma gripezinha”, “e daí?”). Trocou dois ministros da Saúde em momentos cruciais e defende a cloroquina com unhas e dentes. Para o combate ao coronavírus, os governadores e os prefeitos tiveram que se virar.
Quatro meses de pandemia e o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos nos números de infectados e mortes. Já são mais de 2 milhões de casos confirmados e, infelizmente, deverá chegar a 90 mil mortes na próxima semana. Bolsonaro já é acusado de genocida.
A barbárie para os trabalhadores
As parcelas da população mais vulneráveis - a classe trabalhadora e os mais miseráveis - vivem uma barbárie. São os mais expostos aos riscos de contaminação, de desemprego, perda de direitos e baixa drástica na renda. O que fez Bolsonaro para proteger essa gente? Veio com Medidas Provisórias que retiram direitos e reduzem salários em plena pandemia! Não tem nenhum plano de geração de empregos e garantia de renda básica. O auxílio emergencial de R$ 600, por 3 meses, só foi aprovado por conta de decisão do Congresso Nacional, pois, se dependesse do governo, seria só de R$ 200.
A CUT lançou recentemente a Campanha “Fora Bolsonaro”, cobrando da Câmara o início do processo de impeachment do presidente. A Central mobiliza e debate com a sociedade a crise agravada pela inoperância do governo. “A sociedade precisa entender que, se quiser salvar vidas, empregos e direitos, tem que se juntar a nós para colocar o país no rumo certo”, destaca o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
Em defesa irrestrita do SUS
A pandemia também levou a CUT a lançar outra campanha: Defender o SUS é Defender a Vida.
De acordo com a secretária Nacional da Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva, nesta pandemia está claro que os planos de saúde não vão arcar com todos os custos do atendimento à população. E a maioria do povo não pode ter assistência à saúde paga. Eis dois dos motivos fundamentais para defender o SUS e a vida.