A empreiteira EPC, que acaba de assinar contratos com a Cemig, já começa mal, violando direitos trabalhistas. No início de dezembro a empreiteira atrasou salários e, como resposta, houve manifestação dos trabalhadores das equipes de Ouro Preto e Sarzedo.
Além do atraso nos salários, a EPC é acusada de não cumprir as promessas de contratação impondo o rebaixamento de salários. Em Ponte Nova, por exemplo, os trabalhadores reclamam que o salário que recebem é abaixo do valor combinado e também inferior ao que era pago pela Encel, empreiteira que prestava serviços anteriormente.
O Sindieletro também foi informado que a empreiteira atrasou o pagamento a fornecedores. Em pouco mais de quatro meses, a EPC teve que trocar de posto de gasolina fornecedor de combustível contratado. Há denúncia de que só numa oficina mecânica a dívida da empresa é de R$ 100 mil. “Piorou bastante a condição de trabalho para nós, além das condições de administração e planejamento que afetam muito os processos de trabalho”, conta um eletricitário.
Os trabalhadores denunciam a redução do vale refeição em todas as regiões em que a EPC atua. O valor que teria sido anunciado como de R$ 16 caiu para R$ 12. Além da remuneração e dos benefícios inferiores, há informação que a empreiteira não oferece plano de saúde para os eletricitários.
De Ouro Preto também vem a denúncia de desrespeito ao intervalo entre jornadas (interstício). Exemplo disso é que na noite do último dia 19, a equipe de Ouro Preto trabalhou até a meia noite e às 7 horas da manhã do dia 20 já estavam a postos.
Alimentação precária
Também há reclamação de alimentação precária. O marmitex só é fornecido pela empreiteira quando a obra é feita dentro de Ouro Preto, onde há maior fiscalização da Cemig. Fora do município, cada trabalhador leva o almoço preparado por ele mesmo na cozinha do alojamento, que muitas vezes se reduz a arroz com salsicha, alimentação que sabidamente nenhum gerente da Cemig aceitaria.
Trabalhadores lotados em Sarzedo reclamam de problemas no pagamento de horas extras e sobreaviso. Com todas essas irregularidades a EPC não consegue formar equipes completas, o que penalizou ainda mais os trabalhadores da cidade que foram deslocados para atender outras regiões.
A empreiteira foi procurada pelo Chave Geral para responder as denúncias mas não retornou o e-mail e nem os telefonemas do Sindicato. Com a palavra a Cemig, responsável pelas condições de trabalho no seu sistema elétrico.