MPT, Ministério do Trabalho e Polícia Federal investigam a CET



MPT, Ministério do Trabalho e Polícia Federal investigam a CET

Em mais uma frente de luta em defesa dos direitos dos eletricitários, o Sindieletro obteve uma resposta muito positiva da denúncia que fez sobre irregularidades nas condições de trabalho e nos alojamentos da empreiteira CET Engenharia, contratada da Cemig para serviços na rede elétrica da região Metropolitana de Belo Horizonte.

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal estão investigando a empreiteira. O processo de investigação teve como primeiro passo importante para garantir direitos e condições dignas para os trabalhadores, a realização de uma megaoperação de fiscalização no último domingo, dia 21. Foi uma fiscalização integrada da SRTE, MPT e Polícia Federal com visitas na sede da CET, no campo de trabalho, durante realização de serviços no bairro Belvedere, em BH, e nos seis alojamentos da contratada da Cemig, situados em Contagem. A operação foi acompanhada por diretores do Sindieletro e da CUT Minas.

Durante a operação, fiscais da SRTE, uma procuradora do Trabalho e policiais federais puderam confirmar a denúncia. Eles se depararam com situações absurdas e que ferem a dignidade e os direitos humanos dos eletricitários, além de colocarem em risco a saúde e segurança dos trabalhadores.
Ficou constatado que a empreiteira não cumpre a Norma Regulamentadora 24 (NR 24), que trata de garantias de condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, além de não respeitar vários artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O almoxarifado da CET estava tomado pela poeira e excrementos de animais, além de possuir iluminação e instalações elétricas inadequadas. No vestiário, que atende centenas de trabalhadores, só havia oito chuveiros e somente três possuíam ralos para a drenagem da água. Também não existiam grades de escoamento de água no piso do vestiário, o que potencializa o risco de contaminação de doenças. No trabalho de campo, não havia banheiro químico e tampouco copos para os trabalhadores matarem a sede.

Nos alojamentos, oferecidos para os eletricitários do interior contratados pela CET, em Contagem, as camas foram montadas com cantoneiras utilizadas nos postes, a maioria dos colchões estavam rasgados e sujos. As cozinhas e refeitórios apresentavam péssimas condições. Eos alimentos estavam estocados em locais impróprios, em caixa de madeira ou no chão.

Terceirização é isso aí: mazelas atrás de mazelas

Neste mês de julho, as ações do Sindieletro em defesa dos eletricitários terceirizados tiveram que ser intensificadas. Foram inúmeras denúncias de irregularidades que, mais uma vez, não sensibilizaram a direção da Cemig para tomar uma atitude para resolver os problemas dos trabalhadores.

O Sindicato vem acompanhando e participando da greve dos trabalhadores da Ecel, no Vale do Aço. Também se solidariza com os eletricitários demitidos pela Energisa, cobrando seus direitos. E tenta na Cemig uma solução para a falta de respeito aos direitos dos trabalhadores da empreiteira Campos. Os dirigentes sindicais também estão juntos dos trabalhadores da Engelminas, em total apoio às manifestações e paralisações por seus direitos. Também apoiam a paralisação dos companheiros da Terceiriza, lotados no Jatobá. Foi um dia sem carga e descarga de material. Sem falar que denunciam, insistentemente, os inúmeros acidentes de trabalho fatais e com mutilações envolvendo trabalhadores terceirizados.

Para a direção do Sindieletro, tudo isso demonstra que os trabalhadores estão firmes e fortes na luta. Eles perderam o medo de correr atrás de seus direitos, de mostrar a cara nas mobilizações.

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