Morte de eletricista: não foi uma fatalidade



Morte de eletricista: não foi uma fatalidade

A tarde de ontem (21/11) ficou manchada, mais uma vez, com o sangue de um eletricitário que morreu a serviço da Cemig. O eletricista de corte da Eletro Santa Clara, Cloves Alves da Silva, de 52 anos, morreu depois que a moto que ele pilotava colidiu com uma carreta, entre Guimarânia e Cruzeiro de Fortaleza, na região do Triângulo.

O Sindieletro apurou que o eletricitário trabalhava sozinho no serviço de corte e ligação de consumidores, prática diversas vezes denunciada pelo sindicato e proibida por lei, mas ignorada pela Cemig e as empreiteiras.

O eletricitário trabalhava há mais de 12 anos nas empreiteiras da Cemig e há cerca de dois na Eletro Santa Clara. Piloto experiente, de acordo com relatos de companheiros de trabalho,que compareceram ao velório, Cloves amava motocicletas e era o que mais produzia Unidades de Serviço (US).

O acidente que tirou a vida de Cloves não pode ser considerado uma fatalidade ou atribuído ao trânsito. A morte do eletricitário foi sim, um acidente de trabalho e as causas são a pressão por produtividade, a busca de lucros cada vez maiores, a absurda e irresponsável forma utilizada pelas empreiteiras de remunerar os eletricitários por produtividade.

Cloves deixa mulher, uma filha de dez anos e outra de apenas 11 meses, que vai crescer sem ter o direito de conhecer o pai. O Sindieletro presta toda solidariedade à família e vai acompanhar, cobrar e lutar para que a morte de mais um companheiro não seja em vão.

Histórico macabro

Nos últimos meses, a empreiteira contratada pela Cemig, que de santa só tem o nome, virou sinônimo de morte e sofrimento para os trabalhadores. Basta lembrar os acidentes de Lucio Nery, Edson e Alex Alves, isso só para citar os mais recentes.

O Sindieletro recebeu denúncia de que há cerca de 15 dias uma equipe de manutenção pesada foi vítima de um acidente de proporções graves, ao fazer a poda de árvore na zona rural de Patrocínio. Um galho caiu sobre um cabo energizado. Por sorte, não aconteceu o pior com os eletricitários.

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