Morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos, a cantora Gal Costa, uma das maiores vozes da música popular brasileira. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista e a causa da morte é desconhecida.
Morte da cantora interrompe os planos da turnê “As Várias Pontas de uma Estrela”, com shows marcados para dezembro e janeiro. As várias pontas de uma estrela é projeto que Gal organizada desde 2016 e que consiste em show – e disco resultante do espetáculo dirigido por Marcus Preto – alinhavado a partir da obra de Milton Nascimento.
As várias pontas de uma estrela é o nome de música composta por Milton em parceria com Caetano Veloso, tendo sido lançada há 39 anos no álbum Ânima (1982) em gravação que juntou os autores da música, mas nunca foi cantada por Gal, uma artista firme em suas convicções políticas, defensora da democracia desde os tempos sombrios da ditadura militar.
Este ano, durante a campanha para a presidência da República, Gal reforçou o time de artistas que defenderam a candidatura de Lula (PT), participando de vídeos convidando eleitores a votar, como no primeiro turno em que pediram o voto útil no ex-presidente e ao som da música ‘vira, vira, voto’, transformavam símbolo da arma usado por partidários de Bolsonaro no “L” do ex-presidente. Foi seu último ato em defesa da democracia brasileira.
A saúde de Gal
Gal havia retirado um nódulo na fossa nasal direita e, por recomendação médica, deveria ficar em repouso até o final de novembro. Por isso, cancelou uma participação que faria no festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no último fim de semana. Ela já tinha datas da turnê As Várias Pontas de uma Estrela marcadas para dezembro e janeiro.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador em 1945 e foi apresentada, em 1960, a Caetano Veloso quando trabalhava como balconista em uma loja de discos na capital baiana, a Roni Discos.
Aproximou-se também de Maria Bethânia e Gilberto Gil com quem integraria o grupo conhecido como Doces Bárbaros, junto com Caetano.
Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis (1968), lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. Em 1968, a cantora esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música Divino Maravilhoso e conquistou o 3º lugar. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Durante o período de Ditatura Militar no Brasil, Gal Costa virou representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do Tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados. Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, tendo 12 DVDs gravados e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016) na categoria de melhor cantora.
Fonte: CUT, com informações da Folha de S Paulo, O Globo e blogs de música.