A população do Icaivera, bairro que fica no limite entre Betim e Contagem, sofre com constantes quedas de energia e com a demora da Cemig para restabelecer o serviço. Em setembro os quase 500 alunos do horário noturno da Escola Estadual João Guimarães Rosa ficaram quatro dias sem aula por falta de eletricidade.
O diretor da escola, Antônio Expedito Maia, explica que o problema é antigo, mas, se agravou nos últimos anos. “Parece que há sobrecarga na rede, mas não conseguimos uma explicação da Cemig e essa situação prejudica bastante os alunos”. O diretor conta que, em setembro, as aulas também foram suspensas por falta de água.
Igrejas sem energia
Depois de provar na justiça que queda de energia no Icaivera lhe causou muitos transtornos, a vendedora autônoma Géssila dos Santos Goulart de Oliveira recebeu, em 2012, R$ 5.200 de indenização da Cemig. No dia do casamento de Géssila, em 10 de setembro de 2011, faltou luz no bairro inteiro das 17 as 23 horas.
A noiva conta que, por causa do apagão, teve que ser maquiada com a ajuda da lanterna. Ela e o noivo se casaram na igreja Pentecostal Verdadeiro Amor que recebia a luz apenas das velas e do farol dos carros. “Paguei caro pelo vestido, maquiagem e cabelo, mas ninguém viu. Nossos convidados também foram penalizados, se produziram e foi tudo feito sem luz”, lamenta. Por pouco a comida e a bebida da festa foram comprometidas. Logo após o casamento, os noivos procuraram o Tribunal de Pequenas Causas onde ficou provada a responsabilidade da Cemig pelo transtorno.
Também faltou energia no dia do casamento da cabeleireira Paula Izabelle Aparecida da Silva Gomes, no dia 7 de setembro. Ela, o noivo e os convidados passaram pelos mesmos transtornos que Géssila. “A luz acabou por volta de 18 horas e foi um tumulto para arrumar as damas de honra, não dava para usar o chuveiro e o secador”, lembra.
Pouco antes da cerimônia, familiares da noiva conseguiram fazer uma extensão de uma rua que tinha luz para ligar o som na igreja. “Deu para fazer a celebração, mas muita gente não veio porque não tinham como tomar banho e se arrumar”, lamenta.
Passado o susto, a falta de energia ainda atormenta a cabeleireira que teve que reduzir o horário de atendimento no salão. “Não tem mais jeito de trabalhar a noite, a luz acaba assim que anoitece e só volta depois de 23 h”, conta.
A cabeleireira planeja cobrar indenização na Justiça pelos danos causados pela falta de luz no Icaivera.
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