O Sindieletro, como sindicato cidadão, contrário a qualquer forma de privilégio para políticos e outras autoridades, repudia veementemente o pagamento do auxílio moradia como foi aprovado pela maioria dos deputados estaduais, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em segundo turno, nesta terça-feira, dia 10.
Com essa decisão, a Assembleia, vergonhosamente, segue o exemplo do Poder Judiciário, que em 2014 aprovou o auxilio moradia para promotores e procuradores da Justiça de Minas Gerais, um benefício que não é concedido à classe trabalhadora e configura um privilégio inaceitável.
O auxílio moradia dos 77 deputados estaduais será de R$ 2.850 mensais, pago inclusive para quem já mora em Belo Horizonte. Mas, por causa de uma emenda aprovada que vincula o subsídio ao dos juízes, alguns analistas afirmam que o valor pode chegar a R$ 4.337,00. Até o final do mandato dos deputados, em 2018, se não houver reajuste, o benefício (R$2.850) vai representar um impacto de R$ 10,5 milhões aos cofres públicos de Minas Gerais, dinheiro que poderia garantir a qualidade dos serviços públicos, da educação e saúde pública, não é mesmo, senhores deputados?
Neste momento, que ainda ecoam para a população brasileira os anseios e expectativas por um outro país, melhor e mais justo, manifestados nas mobilizações de junho de 2013, é inadmissível que a maioria dos deputados decida por mais um privilégio para a classe política, pago com o dinheiro da população. Não é mais possível que a sociedade amargue, dia a dia, serviços públicos de má qualidade, grande parte deles caros e mantidos nas mãos da iniciativa privada, sem falar dos serviços que são de responsabilidade do Estado, como o fornecimento de água e energia elétrica, que ainda deixam a desejar. Em Minas Gerais, a população paga impostos altíssimos, sendo penalizada pelo ICMS sobre a conta de luz mais alto do país.
A sociedade não pode ficar calada e o Sindieletro não vai silenciar-se, diante de tão grande absurdo e contradição dos deputados. Agir a favor de privilégios só aumenta o descrédito dos políticos e enfraquece a democracia. Depois não digam que não sabem por que o povo protesta e critica as condutas dos políticos brasileiros.
Nosso total e irrestrito repúdio a qualquer privilégio em Minas e no Brasil.
A favor do auxílio-moradia:
Agostinho Patrus (PV)
Antonio Carlos Arantes (PRP)
Arlen Santiago (PTB)
Antônio Lerin (PSB)
Bonifácio Mourão (PSDB)
Bosco (PTdoB)
Cássio Soares (PSD)
Cristiano Silveira (PT)
Cristina Correa (PT)
Deiró Marra (PR)
Dilzon Melo (PTB)
Dirceu Ribeiro (PHS)
Duarte Bechir (PSD)
Durval Angelo (PT)
Elismar Prado (PT)
Emidinho Madeira (PTdoB)
Fabio de Avelar (PP)
Felipe Attie (PP)
Geisa Teixeira (PT)
Gilberto Abramo (PRB)
Gustavo Correa (DEM)
Hely Tarquino (PV)
Inácio Franco (PV)
Iran Barbosa (PMDB)
Isauro Calais (PMN)
João Alberto (PMDB)
João Magalhaes (PMDB)
Lafayette Andrade (PSDB)
Leonidio Bouças (PMDB)
Luiz Humberto Carneiro (PSDB)
Rogerio Correia (PT)
Thiago Cota (PPS)
Tiago Ulisses (PV)
Tito Torres (PSDB)
Ulysses Gomes (PT)
Vanderlei Miranda (PMDB)
Contra o auxílio-moradia:
Alencar da Silveira Jr. (PDT)
Arlete Magalhães (PTN)
Antônio Jorge (PSDB)
Celinho do Sintrocel (PCdoB)
Douglas Melo (PSC)
Doutor Jean Freire (PT)
Fabiano Tolentino (PPS)
Fred Costa (PEN)
Glayco Franco (PTN)
Gustavo Valadares (PSDB)
Ione Pinheiro (DEM)
Joao Leite (PSDB)
Leandro Genaro (PSB)
Léo Portela (PR)
Marilia Campos (PT)
Mario Henrique Caixa (PCdoB)
Rosangela Reis (PROS)
Sargento Rodrigues (PDT)
Wander Borges (PSB)
Noraldinho (PSC)
João Vitor Xavier (PSDB)
Nozinho (PDT)