Depois de cinco meses de luta e mobilização, o trabalhadores da Gasmig conquistaram a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e o pagamento integral da PLR, exatamente como as outras categorias profissionais que atuam na empresa. O movimento obteve vitória sem que os técnicos se curvassem diante da pressão da empresa.
A empresa atendeu orientação do Tribunal Regional do Trabalho e assegurou igualdade no Acordo somente na última segunda-feira, 20, prazo final para apresentação da nova proposta de Acordo Coletivo para os técnicos. A proposta foi aprovada pelos trabalhadores em assembléia realizada no último dia 21.
A Gasmig condicionou a assinatura do ACT com os técnicos e a participação nos lucros à desistência da ação coletiva que cobra a aplicação do plano de carreiras negligenciado no período 2013 em diante.
Essa intransigência, somada às denúncias de assédio moral e prática antissindical, levou à primeira greve da história da Gasmig deflagrada no dia 7 de fevereiro e o ajuizamento do dissídio coletivo, já que a última proposta oferecida aos técnicos da companhia foi rebaixada em nítido caráter retaliatório ao ingresso da ação.
Puxão de orelha no TRT
Na primeira audiência no TRT, no dia 10 de fevereiro, a desembargadora Emília Facchini considerou o condicionamento de acordo à retirada de ações uma ‘chantagem’ por parte da Gasmig. A magistrada recomendou que a empresa retomasse a proposta de dezembro para favorecer uma conciliação.
Após a reunião, os trabalhadores regressaram ao trabalho, acreditando que a postura da empresa, depois da intervenção da desembargadora, seria de negociação para viabilizar um acordo.
No entanto, a empresa resistiu até a última hora a voltar atrás na PLR e assinatura do Acordo, além de ameaçar descontar os dias de greve. A desembargadora alertou que, pela jurisprudência do Tribunal, o trabalhador tem o direito de optar entre pagar ou descontar o dia de greve.
A advogada do Sintec, Lorena Cardoso, destaca a força dos técnicos, que resistiram à pressão e denunciaram o assédio e o tratamento desigual entre trabalhadores de uma mesma empresa.
A mobilização e o movimento grevista dos técnicos tiveram o apoio do Sindieletro e dos trabalhadores da Cemig cedidos para a Gasmig.