Para provar, na prática, que os preços dos combustíveis podem ser menores e não serem reajustados praticamente toda a semana, a CUT, suas confederações, federações e sindicatos filiados vão realizar nesta quinta-feira (4), uma ação solidária em todo o país, com distribuição de cupons de desconto para abastecimento de diesel e gasolina e compra de botijões de gás.
A ação faz parte do Dia Nacional de Mobilização, organizado pela CUT e centrais sindicais, contra a redução do papel do Estado promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). As pautas incluem auxílio emergencial de R$ 600,00, Vacina Já!, mais empregos, defesa das estatais e do serviço público.
Além das CUT's Estaduais e sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), os sindicatos de bancários filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participarão das ações solidárias também em todo o país. “Serão realizadas mobilizações integradas, que abordarão não só a defesa dos bancos públicos, mas também, da Petrobras e demais estatais”, afirma Gustavo Tabatinga Jr. Secretário Geral da Contraf-CUT
Combustíveis mais baratos
Na Ação Soliária, a CUT e entidades vão subsidiar o valor dos combustíveis a preço justo em parceria com os movimentos sociais, CUTs estaduais e associações de moradores de comunidades.
Com a ação, em alguns locais, a gasolina e o diesel poderão ser adquiridos a R$ 3,50 o litro e o botijão de gás, por R$ 50,00. O número de cupons será limitado.
Preço justo é possível
O objetivo da campanha solidária é conscientizar a população sobre os impactos sociais da política de preços das Petrobras que tem penalizado os trabalhadores brasileiros. Praticada pela Petrobras desde o governo do golpista Michel Temer, mantida pelo governo Bolsonaro, a Política de Paridade de Importação (PPI) acompanha os preços do mercado internacional e está ajudando a estrangular ainda mais a economia brasileira. E a população é que sente, no dia a dia, os impactos no orçamento familiar.
“O preço do gás tá um absurdo. Aqui no Rio, em janeiro comprei um botijão. Paguei quase 80 reais. A gente economiza pra durar mais, mas não tem a menor condição. Toda vez que vai comprar o gás o preço já aumentou. Imagina quem ganha salário mínimo. É quase 10% do salário. Não tem a menor condição de continuar desse jeito”, reclama a pensionista Andreia Guardiano, de 47 anos.
"Se o governo e a Petrobras adotassem uma política de preços baseada nos custos nacionais de produção, o gás de cozinha, assim como os outros combustíveis seriam bem mais baratos, sem precisar jogar a culpa nos tributos, que servem para atender as demandas sociais do povo com serviços públicos de qualidade", afirma Deyvid Bacelar, coordenador geral da Fup.
O secretário de Comunicação da CUT, também trabalhador petroleiro, Roni Barbosa, explica que o brasileiro não tem que pagar no combustível o mesmo preço de países que não produzem petróleo. “Os brasileiros não têm que pagar o que se produz aqui com preço que se pratica lá fora. É um absurdo. Preço justo nos combustíveis é urgente e necessário!”, diz o dirigente.
Preço que se paga lá fora e que não para de subir por aqui
Na terça-feira (2), a Petrobras anunciou mais um aumento de cerca de 5% nos preços. É o terceiro do ano para o gás de cozinha, quarto do ano para o diesel e quinto aumento da gasolina em 2021.
“O preço do gás não para de subir e não sei onde a gente vai parar. Cada vez que acaba o gás dá um frio na barriga porque você não sabe o quanto vai pagar”, diz a autônoma (MEI) Maya Sangawa, 50 anos, moradora de Niterói.
“Pesa no orçamento e a gente tem outras coisas para pagar em casa – o aluguel, as contas de água e luz, e tem que sobrar para a comida. Cada vez que você vai no supermercado, compra menos com mesmo dinheiro. Não sei como a gente vai fazer”, ela lamenta.
Jeitinho que não adianta
“Antes aumentava a cada quatro meses. Agora, só este ano, já aumentou três vezes. A gente usa micro-ondas, a air-frier, mas aí gasta do outro lado energia elétrica, então a gente não sabe se come ou compra o gás”. O relato é de Ana Carolina Pesse, formada em Educação Física, da baixada santista.
Ela conta que o marido é autônomo e “trabalha pra conseguir o do dia”, se referindo à renda familiar. “Se o preço do gás aumentar mais, vamos ter que apelar pro lampião”, ela brinca, em referência a ter de que arrumar outras formas para poder cozinhar.
Trabalhadores do Banco do Brasil também vão reforçar o dia de mobilização
Durante as ações desta quinta, os bancários do BB divulgarão uma Carta-Aberta à sociedade, em defesa do banco. Também utilizarão carros de som, com mensagens voltadas à defesa das empresas públicas.
Nas unidades do Banco do Brasil serão realizadas reuniões com os funcionários para expor o caráter destrutivo das medidas do governo federal que, além dos ataques aos bancos públicos, se estende à outras empresas fundamentais ao desenvolvimento do país, como a Petrobrás e Correios.
A mobilização também será organizada nas mídias sociais (Twitter, Instagram, Facebook e outras), com a “hashtag” #BBoBancoDeTodos.
Minas Gerais
“Gasolina a preço justo”: Ação da FUP e CUT/MG no Posto Rodike (Rua Niquelina 546), a partir das 10h.
Serão 6 mil litros a R$ 3,50, com limites de 20 litros por carro e 10 litros por moto. Público alvo: motoristas de aplicativo e entregadores. Será necessário apresentar o aplicativo para participar.
Fonte: CUT