O ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, avalia vender parte dos ativos da Eletrobras. Privatização, segundo especialistas do setor, visa diminuir as perdas da estatal que somente no ano passado chegaram a R$ 14,4 bilhões. Dentre os ativos que podem ser vendidos está a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), principal geradora e transmissora de energia para o Nordeste. "Há um convencimento da necessidade da desmobilização de alguns ativos da empresa", confirmou Fernando Filho.
Na quarta-feira (19), a Eletrobras foi suspensa de negociar suas ações na bolsa de Nova Iorque em decorrência do atraso de documentos sobre os resultados financeiros e operacionais, além de informações sobre as perdas relativas a casos de corrupção.
A expectativa sobre a privatização de parte da estatal é grande, uma vez que a Eletrobras detém cerca de 50% das linhas de transmissão do país e possui subsidiárias nas áreas de geração e distribuição de energia e, embora o ministro não tenha adiantado quais ativos poderão ser vendidos, especialistas do setor elétrico avaliam que a Chesf deverá ser incluída no pacote, apesar da existência de algumas dificuldades.
A Chesf apresentou um prejuízo de R$ 476 milhões em 2015. A companhia, entretanto, possui efetivamente apenas a Usina de Sobradinho, principal reservatório e responsável pela produção de boa parte da energia elétrica produzida no Nordeste. O restanted as usinas pertence à União.
Um outro ponto que impactou os resultados da Chesf foi a Medida provisória 579, que antecipou o fim das concessões para o setor elétrico e obrigou a Eletrobras a renovar contratos de maneira a reduzir artificialmente o custo final das tarifas do setor elétrico. Segundo o Instituto Ilumina, somente aí, a Chesf deveria receber do Governo federal cerca de R$ 14,7 bilhões de ativos não amortizados, mas recebeu apenas R$ 6,7 bilhões.
Fonte: FNU/CUT