Minas Gerais unida contra o leilão das usinas



Minas Gerais unida contra o leilão das usinas

A defesa das usinas da Cemig foi pauta na tarde de hoje, 17, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em audiência pública realizada na casa, deputados estaduais e federais reafirmaram o discurso em defesa da estatal mineira e contra o leilão das hidrelétricas.

Promovido pela Comissão de Minas e Energia da ALMG, o debate foi aberto pelo presidente da comissão, deputado João Vítor Xavier (PSDB), que apresentou uma carta dos parlamentares de oposição contra o leilão das usinas. Ele também afirmou que a “a luta pelas hidrelétricas está acima de qualquer disputa partidária”.

O deputado estadual Rogério Correia (PT) também anunciou, durante o evento, que a Frente Mineira em Defesa da Cemig conseguiu o apoio de 100% dos deputados estaduais e dos parlamentares mineiros no Congresso Nacional contra o leilão das usinas da Cemig.
"A Frente [Mineira em Defesa da Cemig] tem forca política e de luta muito grande e reunirá, amanhã, deputados de vários campos políticos e ideológicos. Essa unidade lembra a que foi construída em defesa de Furnas e que também saiu vitoriosa," relembrou.

Rogério se referia ao Ato em Defesa das Usinas da Cemig, que acontece amanhã, 18, na Usina Hidrelétrica de Miranda, no Triângulo Mineiro, às 13h30. O movimento teve com um dos seus principais idealizadores o Sindieletro-MG, que segue para o local com uma comitiva de eletricitários (as) para a fazer a luta em defesa das usinas.

Também participaram da audiência a presidenta da CUT/Minas, Beatriz Cerqueira, o diretor do Sindieletro-MG e secretário da CUT/Minas, Jairo Nogueira Filho, o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Josceli Andrioli, além de representantes da Cemig, do governo do Estado e de movimentos sociais e sindicais.

Entre os deputados federais presentes estavam Padre João e Adelmo Leão, ambos do PT, e a deputada Jô Morais, do PCdoB. A parlamentar destacou que o Governo Federal pode até tentar vender as usinas, mas o povo brasileiro não irá entrega-las. “O conjunto das forças de Minas foi representado na audiência realizada no STF, com o ministro Dias Tofolli, e a força dessa unidade dá sinais de que podemos ter vitórias na luta para não entregar a Cemig”, afirmou a deputada.

“A venda seria a materialização da política do governo ilegítimo iniciada em 2016 para tapar buracos das anistias para o setor rural e outros. Resistir à venda da Cemig tem um simbolismo muito maior”, finalizou Jô.

jairoLegislação privatista
A Lei 13.360, editada em 2016 pelo governo Temer, também foi duramente criticada durante o evento. Para o Sindieletro-MG, a legislação foi criada com o objetivo de estabelecer condições para a entrega do patrimônio público para a iniciativa privada e o mercado financeiro. No caso do setor elétrico, o resultado seria a implementação de um programa basicamente rentista e voltado para o lucro, transformando em mercadoria um setor fundamental para o desenvolvimento econômico e social.

Nesse sentido, o diretor do Sindieletro-MG, Jairo Nogueira Filho, destacou que a venda das usinas retiraria 50% da capacidade de geração de energia da Cemig. Jairo alertou, ainda, que enquanto mundo afora países blindam seus setores de energia, no Brasil ocorre o contrário, com uma política de entrega total do patrimônio nacional.

“Se os chineses ganharem um possível leilão, a população sofreria bastante, já que o preço do megawatt dispararia, fazendo a conta de luz praticamente triplicar, alertou. “Por isso, não vamos entregar as usinas, mesmo que haja leilão”, concluiu.

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