Para o diretor do Sindieletro, Jefferson Silva, não há dúvida: na Cemig dos últimos 12 anos os trabalhadores conviveram e ainda convivem com uma política de gestão militarizada, com arapongas, quartos escuros e decisões de cima para baixo. “Os gestores mandam e nós temos que obedecer, sem questionar, sob risco perseguições e assédios implacáveis”.
O Sindieletro iniciou mais uma rodada de reuniões setoriais, para dar informes e debater com a categoria a Campanha de Renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2014/2015), as decisões autoritárias da atual gestão da Cemig de impor alterações no processo de trabalho, a venda de prédios e fechamento de várias unidades de serviços.
As reuniões também estão abordando a participação do Sindicato na transição do governo do Estado. “Fomos lá para cobrar compromissos de campanha eleitoral assumidos com os eletricitários”. A principal reivindicação é que a gestão da Cemig mude totalmente com o novo governo, a começar pelo diálogo, pelo respeito e pelo fim dos assédios contra os trabalhadores. Para que isso aconteça, o Sindieletro entende que é preciso trocar toda a diretoria da empresa e que os novos ocupantes dos cargos gerenciais tenham compromisso com uma relação transparente com os eletricitários. “Queremos gestores que escutem os trabalhadores, que considerem suas propostas” destacou.
Segundo Jefferson Silva, os atuais gestores vão embora, mas a Andrade Gutierrez vai ficar. “Não temos dúvida de que a Andrade Gutierrez vai continuar pressionando por mais lucros e pela retirada de nossos direitos. Cabe a nós pressionar também, defender nossas conquistas, o diálogo e o respeito. Não podemos ter a ilusão que a troca de governo será a salvação de tudo, que nossa vida vai melhorar só por isso. Não, devemos lutar, continuar a pressão”, afirmou.
O dirigente sindical lembrou que a postura dos atuais gestores da empresa já demonstra que a nossa Campanha Salarial vai ser duríssima. “Eles estarão na Cemig até 31 de dezembro, será com eles que vamos negociar,temos que mostrar muito mais força do que em anos anteriores”, enfatizou. Jefferson revelou que os atuais gestores já demonstraram que não querem nem ver a cara dos dirigentes sindicais, pois o Comitê de Negociação foi desfeito, o presidente da Cemig, Djalma Morais, não quis, de forma alguma, receber a pauta de reivindicações e mais uma vez foi contratada uma consultoria terceirizada para negociar o ACT.