O senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou fortemente a estrutura do governo Dilma Rousseff durante uma convenção estadual do partido em Santa Catarina no último domingo (14). O parlamentar bateu na tecla do número de ministérios e dos cargos de comissão mantidos pelo Governo Federal.
"É quase um tapa na cara da população brasileira termos 39 ministérios e 22 mil cargos comissionados, preenchidos exclusivamente pelo critério da filiação partidárias. Vamos fazer diferente e melhor, porque o PSDB tem coragem de romper com estruturas falidas para iniciar um tempo novo no Brasil”, afirmou durante o evento.
Entretanto, o parlamentar se esqueceu que apesar de possuir apenas 10% da população nacional, Minas Gerais mantêm atualmente 14.767 cargos comissionados no Estado, o que representa 67% do total de cargos do Governo Federal em proporcionalmente seis vez mais servidores de comissão que a administração nacional.
Mas, em nota, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) de Minas Gerais informou que do total de cargos, apenas 13.373 estão ocupados, sendo que "77,48% (10.361) são providos por servidores efetivos e 22,52% (3.012) são recrutamento amplo".
Já entre os 22.332 cargos comissionados do Governo Federal, 16.510 (73,92%) são preenchidos por servidores concursados e 5.822 contratados (26,07%). Os dados são do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Em novembro de 2011, o senador Aécio Neves fez a mesma crítica a projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que previa a criação de mais 90 cargos em comissão de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) ligados à Presidência da República. Mas no mês de janeiro do mesmo ano, o governador de Minas, Antônio Anastasia, assinou um decreto autorizando a criação de mais 1.314 cargos comissionados até 2014.