Diante das negativas do governo Bolsonaro de negociar com a categoria, metroviárias e metroviários de Belo Horizonte entraram em greve a partir da 0h desta segunda-feira, 21 de março. Trabalhadoras e trabalhadores paralisaram parcialmente as atividades e, como manda a lei, o Metrô funciona em escala mínima, das 10 horas às 17 horas. "E basta o governo negociar que estaremos dispostos a cumprir a escala integral, mas não somos bobos da corte para acreditar em conversa fiada".
Desde que o governo decidiu entregar o metrô para a iniciativa privada, a categoria metroviária de Belo Horizonte vem tentando, através do seu Sindicato, obter informações sobre como ficaria a situação dos trabalhadores da empresa que são concursados. Até terça-feira, dia 15 de março, o governo não havia sequer aberto qualquer tipo de diálogo.
Foi por meio da intermediação do Judiciário que os representantes do governo se reuniram na quarta-feira, 16 de março, com a diretoria do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) para dizer que não teria nada de positivo para os trabalhadores e que não teria qualquer negociação, pois os trâmites legais para a privatização da empresa estavam dados e que os trabalhadores teriam mais um ano de estabilidade com o novo patrão e partir daí quem decidiria seria os novos donos do metrô.
Nossa luta tem sido muito dura porque tanto a categoria como a população vem sendo prejudicadas com a política privatista de Paulo Guedes e Bolsonaro. A categoria que vê seus direitos sendo reduzidos, seus salários corroídos e a população que começou a pagar uma passagem muito cara.
O governo e os meios de comunicação de massas vêm fazendo uma grande propaganda contra o que é público no Brasil, para eles tudo que é estatal é ruim e ineficiente, falam meias verdades e grandes mentiras. As instituições públicas no Brasil funcionam com enorme esforço de seus trabalhadores, os funcionários públicos, que são trabalhadores competentes, que estudaram para passar em um concurso e se prepararam para prestar serviços de qualidade.
Por outro lado, a iniciativa privada, que na maioria das vezes financia as campanhas de políticos, vendo nestes serviços um bom lugar para obter lucros, abre uma campanha enorme e repete incansavelmente que eles são ineficientes, enquanto os governos tratam de sucatear o patrimônio público para reforçar esta mesma campanha.
O preço da gasolina está alto não é porque a Petrobras é estatal, pelo contrário, é porque a Petrobras já está quase toda privatizada. Assim é o preço das passagens no metrô, que eram R$1,80 e foram para R$4,50, não porque o metrô é estatal, mas porque querem privatizá-lo e fazer dele um negócio lucrativo. O metrô não foi feito para dar lucro, mas na lógica capitalista selvagem, tudo tem que dar lucro e a população trabalhadora que se dane.
Nós somos contra essa lógica do lucro a qualquer preço, por isso decidimos entrar em greve, como último recurso para defender o nosso ganha-pão e o direito das pessoas de irem e vir. A nossa luta é a luta de todo o povo trabalhador, oprimido explorado por este sistema injusto.
Viva a luta das metroviárias e metroviários de Minas Gerais e do Brasil!
Viva a luta do povo trabalhador contra o massacre e a exploração pela qual estão passando!
Escrito por Sindimetro/MG