Metalúrgicos de 63 empresas fecham acordos com cláusula trabalhista



Metalúrgicos de 63 empresas fecham acordos com cláusula trabalhista

Depois de fechar com parte dos grupos patronais, os metalúrgicos iniciaram um processo de negociação por empresa em outros setores, para tentar fechar a campanha salarial deste ano. O sindicato do ABC (CUT) informou que conseguiu fechar na segunda-feira (30) com 63 empresas, sendo 41 do Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos ) e 22 do Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos e outros), em um total de 7.800 trabalhadores. Esses grupos não haviam aceitado discutir um acordo que incluísse garantias contra os efeitos da "reforma" trabalhista.

Segundo a entidade, todos esses acordos incluem aumento pela inflação  (INPC) acumulada em 12 meses, de 1,73%, renovação das cláusulas sociais e introdução de uma "cláusula de salvaguarda" prevendo que nenhuma mudança feita na legislação trabalhista via "reforma" (Lei 13.467) seja aprovada sem negociação com participação do sindicato.

"Nosso foco na campanha salarial deste ano tem sido a obtenção dessa proteção, que assegura o papel do sindicato como mediador entre as empresas e o trabalhador, garantindo que elas não avancem sobre direitos com base na nova legislação", diz o presidente do sindicato do ABC, Wagner Santana, o Wagnão. "Qualquer alteração terá de passar pela negociação com o sindicato e isso é fundamental, pois essa campanha está nos mostrando o quanto a bancada patronal está empenhada retirar cláusulas historicamente conquistadas da categoria, como a estabilidade ao acidentado, entre outras."

Na semana passada, a FEM-CUT, federação estadual dos metalúrgicos em São Paulo, firmou acordos com o Grupo 8 (trefilação, laminação e artefatos de metal) e com os setores de estamparia e fundição. Na base do ABC, já são 35 mil os trabalhadores com acordo renovado. Há 24.500 nas montadoras, que têm acordos negociados em anos anteriores. Faltam 13.500, e segundo o sindicato a campanha prossegue, inclusive com paralisações em algumas fábricas para abrir negociação.

Em Jacareí, no interior paulista, os metalúrgicos da Chery, montadora de origem chinesa, encerraram ontem greve que durou um mês. Eles aprovaram proposta de 1,73% de reajuste e manutenção de todos os direitos. "Com a paralisação, os trabalhadores conseguiram manter a proibição da terceirização irrestrita na fábrica e garantir a estabilidade no emprego para lesionados", informou o sindicato de São José dos Campos e região (CSP-Conlutas). Segundo a entidade, já foram assinados mais de 40 acordos com renovação de cláusulas, "prioridade neste momento que antecede a entrada em vigor da reforma trabalhista (dia 11 de novembro)".

Fonte: Rede Brasil Atual

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