Mesmo com leilão adiado, é preciso mobilizar em dobro



Mesmo com leilão adiado, é preciso mobilizar em dobro

A intensa agenda em defesa das usinas terá que ser intensificada para salvar as hidrelétricas da Cemig, mas já demonstrou a força dos movimentos sindicais, políticos e populares de Minas Gerais.

A Frente Mineira das Usinas cobra do governo federal compromisso e abertura para a negociação, mas o governo de Michel Temer insiste na batalha judicial para vender as usinas e usar o dinheiro dos leilões para reforçar seu caixa em meio às denúncias de corrupção.

Na última segunda-feira, 21, foi anunciado o adiamento do julgamento da ação impetrada pela Cemig questionando o leilão da Usina de Jaguara, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.

A imprensa econômica associa o pedido de adiamento feito ao STF pela advogada geral da União, Grace Mendonça, a um sinal de que passou a existir disposição do governo federal para um acordo com a Cemig.

No entanto a batalha jurídica pelas usinas parece estar distante de um acordo pacífico e favorável à população. Também na segunda-feira, 21, o desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1) decidiu suspender o leilão das usinas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande.

Mas temos que desconfiar das verdadeiras intenções do autor. Inclusive, não foi divulgado quem está patrocinando, de fato, essa ação judicial. O autor da ação requere que os 11 bilhões sejam aumentados para, no mínimo, 18 bilhões. Essa história está muito mal contada. A mobilização deve seguir em frente!

Intensificar a luta

Por todas essas incertezas, é fundamental que os eletricitários e eletricitárias mantenham a mobilização em defesa das usinas da Cemig. Nessa perspectiva, a ocupação dos trabalhadores de São Simão, iniciada no terreno da hidrelétrica no último dia 19, é muito importante. Mas o apoio da população é fundamental. Temos que envolver a comunidade, pois quem vai pagar a conta de luz mais cara, com a privatização das usinas, serão os consumidores.

Na tarde da próxima sexta-feira, dia 25, lideranças de movimentos sociais, sindicais e políticos que formam a Frente Mineira em Defesa da Cemig, participarão de grande reunião no acampamento, em Santa Vitória, em Goiás, na portaria da usina.

O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, que participa da ocupação desde o início, junto eletricitários e outros dirigentes do Sindicato, reforça que a categoria não pode descansar até afastar da Cemig o fantasma da agenda privatista do Governo Temer. “Podem até tentar vender as usinas, mas não vamos entregá-las”, reafirma.

Ataque à Eletrobras

Na noite de ontem, 21, o governo federal anunciou a decisão de privatizar a holding Eletrobrás, que controla as empresas federais de energia, como Furnas e Chesf, e é a maior companhia de energia da América Latina. Na contramão de outros países desenvolvidos, o governo golpista de Michel Temer quer, descaradamente, entregar, de mão beijada, ao capital internacional o controle sobre a água e energia no território brasileiro.

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