Mesma consultoria da Cemig: PCCS da Copasa dá problemas



Mesma consultoria da Cemig: PCCS da Copasa dá problemas

Na Copasa foi contratada para elaborar o Plano de Cargos e Carreiras dos trabalhadores a consultoria Rhumo. É a mesma consultoria contratada pela Cemig para a elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) dos eletricitários.

É de causar muita estranheza o resultado de pesquisa realizada pela Copasa para saber questões relativas à administração de cargos, com objetivo de subsidiar o estudo e elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). Os números demonstram um nível de satisfação que não corresponde ao que encontramos com os trabalhadores em volume de reclamações.

As perguntas e os percentuais divulgados parecem muito mais intencionados em atestar uma satisfação que justificaria não mudar quase nada do que está aí. A única indicação que não surpreendeu foi a avassaladora insatisfação dos trabalhadores com a política de porte, com 60% querendo que ela seja alterada e 62% afirmando que ela hoje interfere na carreira. Interessante também é a forma como se fez pergunta sobre a política de porte, que induz a resposta. Senão vejamos. É ou não indutiva a pergunta abaixo:

“Mesmo havendo diferenças estruturais entre as unidades da empresa, como: especificidade, complexidade e natureza das atividades desenvolvidas, justifica-se que as especialidades de uma unidade de maior porte tenham os mesmos valores de salário de uma unidade de menor porte?” A resposta não poderia ser outra.

Outra pergunta que induz uma resposta positiva de 65% do interesse da empresa é de que o quinquênio e anuênio seria entendido pelos trabalhadores como crescimento por antiguidade.

O mais incrível são as respostas relativas ao processo atual de progressão na carreira, como, por exemplo, concordância que exijam uma performance de 75% em média em avaliações de desempenho e de não ter resultado abaixo de 70% em nenhuma delas para ter direito ao crescimento profissional. Trabalhadores com 20 anos ou mais de trabalho ficam sujeitos a avaliações subjetivas e regularmente ficam nervosos com a parcialidade de chefias. E como podem 41% dos trabalhadores opinarem favoravelmente às regras para transferência, sendo que esta é uma das grandes reclamações, sobretudo por causa do engessamento da política de portes?

Os resultados desta pesquisa trazem para nós uma grande preocupação para a condução do processo de estudo e implantação do novo PCCS, pois vários dos indicadores coletados por amostragem não refletem as constantes reclamações que são apresentadas pelos trabalhadores em todo o Estado. Temos problemas crônicos como falta de trabalhadores, nos levando a cobrar incessantemente a reposição de vagas, encontramos uma precarização escandalosa das condições de trabalho, as reclamações são constantes contra a evolução de terceirização, a categoria espera movimentações em carreira e, especialmente, cobramos um reajuste na tabela salarial, diminuição da distância entre o maior e o menor salário e fim da política de porte.

A satisfação exposta na pesquisa não parece da mesma empresa que trabalhamos e em que ouvimos reclamações que duram anos a fio, cada dia sacrificando mais os trabalhadores, desqualificando a qualidade dos serviços, gerando filas em agências de atendimento, e tantos problemas que denunciamos frequentemente através do Sindicato.

Fonte: Sindágua MG

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