Investigação internacional sobre suposto esquema de desvio público na gestão do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e do ex-vice-governador Paulo Octávio foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República; documento oficial do país europeu afirma que US$ 6,8 milhões foram bloqueados em bancos de Genebra e Zurique por operações de 'contexto pelo menos nebuloso'; delator do esquema foi Durval Rodrigues Barbosa; por meio do advogado, Arruda diz que investigações "não têm o menor fundamento"
Após investigação internacional, a Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,8 milhões de contas secretas de Genebra e Zurique por suspeitas de que o dinheiro esteja ligado ao esquema de corrupção do Distrito Federal, chamado de mensalão do DEM.
As autoridades do país entraram no caso em setembro de 2012 por pedido da Procuradoria-Geral da República. A PGR denunciou ao Superior Tribunal de Justiça 37 pessoas por envolvimento no esquema de desvio de dinheiro público. Entre os acusados estão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octávio, ambos filiados na época ao DEM.
O delator do esquema foi Durval Rodrigues Barbosa, que era secretário do governo Arruda no Distrito Federal, entre 2007 e 2010. Ele também está entre os denunciados, mas poderá ser beneficiado por ter revelado os desvios de dinheiro.
Segundo o documento da Justiça da Suíça, uma pessoa identificada aleatoriamente pela letra “H” abriu pelo menos duas das nove contas sob suspeita, ambas em Genebra.
"Com o objetivo de estabelecer novas relações comerciais com o governo do Distrito Federal e ou de manter as relações já existentes, H teria dado vantagens financeiras a J, então governador do Distrito Federal e seus cúmplices, retirando um porcentual do montante das faturas pagas pelo governo do DF às empresas de seu grupo", diz trecho do documento.
A Justiça do país europeu diz ainda no texto que "entre 2006 e 2010 sua sociedade teria recebido mais de R$ 45 milhões do governo do Distrito Federal. O “H” é acusado ainda de ter, entre fim de 2005 e início de 2006, financiado a campanha eleitoral de J no valor de R$ 1 milhão, em troca de promessas de futuros contratos dados pelo governo do DF às sociedades de seu grupo". "No fim de 2006, H teria obtido um contrato de cerca de R$ 9,8 milhões em favor de sua sociedade".
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda negou, por meio de seu advogado, Nélio Machado, envolvimento nas investigações que estão sendo conduzidas na Suíça. "Segundo meu cliente, a chance de haver procedência nessa informação é zero. Não tem o menor fundamento", afirmou Machado.