Medida arbitrária



Medida arbitrária

Na última sexta-feira, dia 7, Marcio José Peres, da Gerência da Geração do Triângulo (MG/TA) informou aos trabalhadores que a operação da usina Emborcação passará a ser executada por apenas um trabalhador.
A decisão unilateral foi uma demonstração de que, para reduzir custos e pessoal, a Cemig não se importa nem mesmo em descumprir a Norma Regulamentadora (NR-10), que é bastante clara quanto a proibição do trabalho individual no sistema elétrico de potência.

É importante ressaltar que a Justiça já havia manifestado posição contraria ao trabalho individual, ao garantir, através de liminar, o trabalho em dupla na usina de Três Marias, e multa diária à Cemig em caso de descumprimento.
A ação contra o trabalho individual que se estende a todas as usinas da Cemig está na fase pericial. A Justiça do Trabalho está verificando a realidade das usinas de São Simão e Três Marias para comprovar o risco do trabalho individual.

Irresponsabilidade

Além de desconsiderar a NR 10 e o posicionamento da Justiça, a medida adotada pelo gerente Marcio José Peres, pode levar a Cemig à extrema vulnerabilidade junto à ANEEL e ao Operador Nacional do sistema (ONS).
Emborcação tem importância estratégica para o país. Além de coordenar o sobreaviso de inúmeras usinas tele-controladas, (Capim Branco I e II, Miranda e várias PCHs), possui suas próprias demandas elevadas, devido a baixa confiabilidade dos equipamentos que são muito antigos. Também é responsável pelo restabelecimento de energia em caso de queda do sistema nacional. Sua subestação de 500 KV é operada fora do horário comercial, até o momento por dois operadores, é fundamental para o fornecimento e restabelecimento de energia em caso de interrupção do sistema elétrico nas regiões Sul e Sudeste.

Risco para os operadores
A posição do Gerente da MG/TA é duplamente irresponsável. Basta lembrar que o último acidente grave na geração foi justamente em Emborcação, quando um trabalhador teve seu pé amputado.
Mesmo com a presença de vários trabalhadores no dia do acidente, houve sérias dificuldades para resgatar o eletricitário devido a falta de estrutura de socorro. Em situação similar o trabalhador estará fatalmente entregue a própria sorte.

Abaixo assinado
Os eletricitários de Emborcação entregaram ao gerente um abaixo assinado com adesão de todos os trabalhadores da manutenção e operação informando que NÃO concordam com o trabalho individual.

O recado é claro: “Dada a importância da usina de Emborcação para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a falta de confiabilidade dos equipamentos, o alto risco de acidentes, prejuízos para a população e o meio ambiente, Não podemos admitir estas mudanças e exigimos o cumprimento da NR 10”.

Os trabalhadores reivindicaram a contratação imediata de mais eletricitários para Emborcação e outras usinas da Cemig e alertam que qualquer dano advindo da decisão ilegal será de responsabilidade da gerência.
Mesmo após receber o abaixo assinado o gerente da MG/TA, Márcio José Peres, ignorou as justificativas dos eletricitários e decretou o fim do trabalho em dupla.

Diante da recusa do gerente em cumprir as regulamentações da NR 10, o Sindieletro tomará as medidas judiciais cabíveis para garantir a segurança dos trabalhadores e a proteção do Sistema Elétrico Nacional e encaminhará denúncia ao Ministério do Trabalho e Emprego.

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