Medalha Quem luta Educa para os defensores da justiça social



Medalha Quem luta Educa para os defensores da justiça social


Ato paralelo em Ouro Preto condecorou pessoas que lutam contra a desigualdade e por justiça social

O Sindieletro, a CUT Minas e os movimentos sociais realizaram, no dia 21 de abril, em Ouro Preto, um grande ato paralelo à Medalha da Inconfidência Mineira. As entidades condecoraram com a Medalha Quem Luta Educa os excluídos, os verdadeiros heróis e lutadores brasileiros, pessoas que dedicaram e dedicam a sua vida à luta contra a desigualdade e por justiça social.

O Ato paralelo foi uma resposta ao governo do Estado, que todo ano transfere, simbolicamente, a sede do governo para Ouro Preto e promove a solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência para diversas personalidades.

Barreiras policiais

O forte esquema de segurança foi o indício de que o governo de Minas queria os manifestantes bem longe. Barreiras policiais colocadas em toda a extensão da Rodovia dos Inconfidentes (BR 356) pararam e revistaram os ônibus alugados pelos movimentos sociais. Na entrada da cidade, apesar da placa de bem–vindos, a segurança era ainda maior, todos os acessos à Praça Tiradentes foram cercados e só pessoas credenciadas podiam entrar.

O nosso lado é no meio do povo

Enquanto a solenidade oficial transcorria sem a participação popular, o ato paralelo em frente à rodoviária de Ouro Preto foi bastante concorrido, com caravanas vindas de várias cidades mineiras, que aproveitaram a oportunidade para protestar contra o golpe parlamentar e as Reformas da Previdência e Trabalhista.
A presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, questionou o simbolismo oficial do 21 de abril e o esquema de segurança que revista ônibus de trabalhadores e cerca toda a cidade. “Não vamos participar de uma homenagem para privilegiados, o nosso lugar é aqui na praça para entregamos a medalha Quem Luta Educa, para homenagear aqueles que fazem a luta do povo”, afirmou.

Beatriz acrescentou que o governador Fernando Pimentel “nos enxerga” como coadjuvantes, ele quer uma base social que o aplauda. “Passar as grades seria para ter nossas bolsas revistadas e bandeiras recolhidas, nós não somos coadjuvantes, somos protagonistas, foi a mobilização popular que impediu que a Reforma da Previdência fosse aprovada até agora”, ressaltou.

Nossos homenageados

Um dos que recebeu a medalha Quem Luta Educa, junto com militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, MST, representantes de povos indígenas e sindicalistas, entre outros, foi o eletricitário Milton Ribeiro Marcelino, que há 27 anos foi vitima de grave acidente de trabalho com amputação das pernas e de um braço, aos 23 anos.

Ele trabalhava como eletricista de linhas e redes na empreiteira Contemporânea. A empreiteira sumiu do mapa e o trabalhador ficou anos lutando na Justiça para conseguir que a Cemig fosse responsável solidária e condenada. “Perdi minhas pernas e um braço, mas não perdi a coragem de lutar”, disse.

O coordenador Geral do Sindicato, Jefferson Silva, afirmou que a luta do Sindieletro é por vida, trabalho, dignidade. “A terceirização na empresa é responsável por uma morte a cada 45 dias e de centenas de acidentes que resultam na amputação de membros, como aconteceu com Milton Marcelino,” ressaltou. Ele revelou que, de 1999 a 2017, ocorreram cerca de 120 acidentes fatais com trabalhadores a serviço da Cemig, a maioria com terceirizados.

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