O Sindieletro começou o ano cobrando do governador Fernando Pimentel os compromissos de campanha com a contratação imediata de 1.500 eletricistas do concurso público que está aberto e o fim da terceirização da atividade fim.
A nova gestão abriu a mesa temática, mas os representantes da empresa ficaram de apresentar respostas para as reivindicações dos eletricitários até 20 de maio e nunca mais se reuniram. Em função disso, a categoria aprovou uma proposta de Acordo Coletivo Específico que prevê a contratação anual de três mil trabalhadores por ano, via concurso público. A proposta de ACE também apresenta regras transparentes para serem adotadas nos contratos de serviços.
O documento com as medidas foi aprovado pelos trabalhadores em assembleias e entregue diretamente à direção da Cemig. Depois da formalização da proposta, foi promovida audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em julho, quando a luta dos eletricitários obteve o importante apoio dos parlamentares.
No dia 30 de julho foi realizada uma reunião ampliada com a presença do Sindieletro, dos deputados estaduais Marília Campos e Rogério Correia, representando a bancada do PT, e do presidente da Cemig, Mauro Borges. Na ocasião, Borges se comprometeu a apresentar, até o final de agosto, uma contraproposta para o Acordo Coletivo Específico, que segundo ele, “será mais avançada do que a do Sindicato”. Essa é a expectativa dos eletricitários: que a Cemig e o governo do Estado cumpram a palavra dada em diferentes ocasiões e elimine a terceirização das atividades-fim da empresa.
Empreiteiras mandando na Cemig
Na discussão da Mesa Temática sobre a Primarização, a empresa disse que só conseguiria treinar 116 trabalhadores em 2015, em função da capacidade da Escolinha de Sete Lagoas (UNiverCemig). Mas nesta semana, o Sindieletro foi surpreendido pela denúncia que a Cemig estaria apoiando a montagem de um centro de treinamento na sede do Consórcio Selt/Remo, que presta serviços para a estatal.
Um e-mail de gerente solicita até mesmo a doação de materiais da Companhia para a construção de Rede de Distribuição Aérea (RDA) no centro de treinamento da empreiteira. O Sindieletro já havia denunciado na mesa a ação de gerentes, sempre em defesa das empreiteiras. Essa denúncia de agora é muito grave, pois comprova a relação promíscua de empreiteiras e gerentes da empresa.
Contradições
Enquanto a categoria aguarda a primarização, a Cemig vem piorando as relações de trabalho com os terceirizados da atividade meio. Este ano a Cemig está reduzindo de 30 para 22 no número de tíquetes-alimentação fornecidos mensalmente, prejudicando cerca de 400 contratados. Na prática, é um corte de R$ 140 para trabalhadores que ganham pouco mais que um salário mínimo. Além disso, foram cortados os tíquetes desses terceirizados no período de férias. “Esta é a gestão do Partido dos Trabalhadores?”, pergunta indignado o diretor do Sindicato, Moisés Acorroni.
Quando estávamos fechando esta matéria, Jair Gomes, diretor do Sindieletro, apresentou nova denúncia de que os contratados da Terceiriza não estão recebendo os salários de férias.