Marcha das Margaridas realiza ato político e cultural online nesta quinta-feira



Marcha das Margaridas realiza ato político e cultural online nesta quinta-feira

Em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres, celebrado na última segunda-feira (8), o movimento Marcha das Margaridas realizará um ato político e cultural nesta quinta (11), às 15h.

Devido à pandemia do novo coronavírus, o ato será virtual, transmitido pelo Facebook, YouTube e portal da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e das organizações parceiras da Marcha das Margaridas.

Para Mazé Morais, secretária de comissão de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, a crise sanitária e econômica vivida no país exige resistência por parte do movimento de mulheres.

"É na força coletiva que está a nossa esperança. Com ela, faremos chegar às ruas, em todos os cantos deste país, o nosso grito, fazendo todas essas denúncias pela vida das mulheres. Precisamos ser resistência”.

Na mesma linha, Adriana do Nascimento Silva, também da Comissão Nacional de Mulheres da Contag, afirma que o movimento de mulheres não poderia deixar passar em branco o mês de luta das mulheres, ainda mais neste momento de pandemia de covid-19.

“A luta não pode parar. Os mecanismos de poder continuam existindo na sociedade e ainda é desafiador ser mulher, agricultora, ribeirinha, extrativista e jovem nesse campo da agricultura, nessa sociedade. Sentimos a necessidade de usar essa plataforma virtual para continuar colocando a luta por direitos das mulheres”, afirma Silva.

A integrante da Contag também afirma que é preciso reafirmar a luta das mulheres no atual contexto político. "Nos deparamos com uma situação totalmente adversa, com um desgoverno que não prioriza a vida das pessoas, que poderiam estar sendo vacinadas. Mais do que nunca, devemos reafirmar o nosso lema de luta pela vida de todas as mulheres”.

Marcha das Margaridas

A Marcha das Margaridas é um movimento de mulheres do campo que realiza manifestações desde 2000, com o objetivo de expor a realidade vivida por mulheres do campo, agricultoras, ribeirinhas e indígenas. 

Coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), suas 27 federações estaduais e mais de quatro mil sindicatos filiados, a Marcha é construída em parceria com os movimentos feministas, centrais sindicais e organizações internacionais.

O nome da marcha homenageia Margarida Maria Alves, sindicalista paraibana assassinada em 1983, aos 50 anos, por um matador de aluguel a mando de fazendeiros da região de Alagoa Grande. Em 2019, completam-se 36 anos de seu assassinato. Até hoje, nenhum acusado por sua morte foi condenado.

No primeiro ano da Marcha das Margaridas, em 2000, cerca de 20 mil mulheres ocuparam as ruas do Brasil em protestos regionais. Em 2019, foram mais de 100 mil mulheres e representações de mais de 20 países, especialmente da América Latina. Hoje, a Marcha das Margaridas é a maior marcha de mulheres da América Latina.

Fonte: Brasil de Fato

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