Nos dias 13 e 14 de agosto será realizada, em Brasília, a 6ª Marcha das Margaridas, com o lema: Na luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência. A expectativa é reunir mais de 100 mil mulheres, do campo, das cidades, da floresta e das águas, negras, brancas, jovens, idosas e indígenas.
As eletricitárias estarão representadas na Marcha. A participação das trabalhadoras da ativa e aposentadas da Cemig esta sendo organizada pela Secretaria da Mulher Trabalhadora do Sindieletro. O grupo saira de Belo Horizonte na noite de 13 de agosto e retornara dia 14. Infelizmente, as vagas são limitadas e a trabalhadora que quiser participar deve reservar a sua vaga logo.
Quando e como surgiu a Marcha
A Marcha das Margaridas é organizada de quatro em quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) desde 2000, com amplo apoio dos movimentos social e sindical.
É a maior mobilização de mulheres da América Latina e se inspira em Margarida Alves, líder sindical da Paraíba que foi cruelmente assassinada em 1983, na porta da sua casa e na frente do marido e do filho. O assassino era um matador de aluguel, contratado para barrar a voz e a luta de Margarida. Mas não barrou. Todas
as mulheres do Brasil se tornaram“ Margaridas”. Antes de ser assassinada, a Margarida da inspiração da Marcha declarou: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
O lema da marcha e o protagonismo das mulheres Nos dias 13
O lema da Marcha de 2019 – Por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência – é a mais intensa vontade das mulheres de protagonizar a luta por um país com a participação do povo nas decisões importantes.
Em seis cadernos que subsidiam a formação, organização explica os motivos da Marcha. “A primeira pergunta que se faz: por que soberania popular? A soberania é o compromisso das mulheres pelo direito do povo de decidir o seu próprio destino, com autonomia e ampla participação nas definições das políticas públicas e legislação nos âmbitos do social, político, econômico, de gênero, de raça e de classe. Entenda-se que a “ampla participação” das mulheres inclui negros, LBGTI,
indígenas, quilombolas e todas as representações dos pobres brasileiros.
Já a democracia, esta é uma construção coletiva, diária e passa pelo reconhecimento de que a sociedade se forma pela diversidade. Não bastam só eleições para dizer que um país é democrático, é preciso que essa diversidade esteja em de todos os espaços de decisões para que a conquista de justiça social e igualdade
econômica com melhor distribuição de renda. Mais do que isso: é preciso respeito e afirmação das identidades brasileiras, de gênero, raça e de classe.
Tudo se encadeia e se contextualiza no lema da Marcha. Cobrar Justiça, sem seletividade, é também assegurar a soberania e a democracia de fato. Assegurar ainda a igualdade e o fim da violência contra as mulheres, negros, pobres, índios. Se todos são iguais perante a lei, então que se cumpra a Constituição!
A violência se faz também um eixo fundamental da Marcha, e não poderia ser diferente. O poder concentrador produz violências cotidianas, e hoje o que mais tem se destacado no Brasil, lamentavelmente, é o exercício cruel e banal da violência contra mulheres, negros, LGBTI, população rural, índios e quilombolas. Essa violência é seletiva, mas a luta das “Margaridas” é coletiva.