A imprensa econômica vem divulgando que a Cemig continua no páreo para o leilão das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda. A direção da empresa pode até tentar negociar com o governo a renovação das concessões das hidrelétricas, mas terá que investir alto se quiser fechar o negócio.
Recentemente, o governo federal inclui São Simão e Miranda no plano de concessões para 2017 no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) com a intenção de arrecadar cerca de R$ 12 bilhões pela bonificação pela outorga dessas usinas e de outras hidrelétricas menores.
O jornal Valor Econômico informa que a Cemig não teria como arcar sozinha com o valor da outorga (cerca de R$ 10 bilhões) e está em busca de um sócio privado para tentar retomar o controle sobre as três hidrelétricas.
Segundo o jornal, a empresa tem conversado com grupos estrangeiros, entre eles da Itália e China. A informação teria sido dada pelo secretário de Planejamento de Minas, Helvécio Magalhães, que também é membro do Conselho de Administração da Cemig.
A concessão das usinas está em debate desde 2012, quando a Cemig decidiu não se enquadrar nas condições impostas pela Medida Provisória (MP) 579 para a renovação antecipada das concessões, e entrou na Justiça para mantê-las.
Controle privado?
Na prática a parceria da Cemig com essas empresas pode significar o controle do empreendimento por sócio privado, como acontece atualmente com a Andrade Gutierrez que manda e desmanda na Cemig, colocando o lucro acima do atendimento à população e do respeito aos eletricitários.
A imprensa também especula que a Cemig avalia vender os 45% da participação na Aliança Energia para quitar parte de suas dívidas. A Aliança é uma empresa de geração controlada pela mineradora Vale. A formação da geradora reuniu, na época, sete hidrelétricas, incluindo Aimorés e Capim Branco que eram da Cemig, e um parque eólico no Nordeste.
Se a previsão da Agência Reuters estiver correta e toda a participação da Cemig no empreendimento Aliança for vendida, essa seria a privatização de vez dessas hidrelétricas. Esse fato deve servir alerta para novas transações com sócios privados que tragam risco de futura perda de usinas da Cemig para o mercado.
No lugar da primarização, redução de pessoal
Além da busca de parceiros do setor privado e de qualquer país para retomar as usinas, a Cemig anuncia no mercado outra notícia preocupante que é a redução nos custos de pessoal em cerca de R$ 200 milhões em 2017. A “economia” perversa é resultado do Plano de Demissão Voluntária (PDV) realizado recentemente que afastou da Cemig 850 eletricitários.
Para o Sindieletro é lamentável que, ao invés de cumprir o acordo assinado da primarização, a Cemig comemore o desfalque no quadro próprio, uma medida que certamente refletirá negativamente na qualidade dos serviços prestados e no DEC (Tempo que os consumidores ficaram sem energia) da estatal mineira.