O senador Zezé Perrella (PDT-MG) é acusado de improbidade administrativa por contrato de sua empresa com o poder público
Um mês depois de se livrar do caso em que um helicóptero daLimeira Agropecuária foi apreendido com quase 500 quilos de pasta base de cocaína, a família do senador Zezé Perrella (PDT-MG), proprietária da empresa, está novamente com problemas com a Justiça. Atendendo pedido do Ministério Público Estadual, a Justiça de Minas decretou o bloqueio de bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de integrantes da família e de ex-diretores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a Justiça entendeu haver "indícios da prática de improbidade administrativa" em contratos firmados entre a Limeira Agropecuária e a Epamig. A improbidade teria ocorrido pois a empresa pública sedia, sem licitação, "sementes especiais" para a Limeira e depois comprava a produção para usar os alimentos no programa "Minas Sem Fome", criado no governo do hoje senador Aécio Neves (PSDB) e mantido pelo atual governador do Estado, Antonio Anastasia (PSDB).
Os contratos eram ilegais, ainda segundo o Estadão, porque no momento da assinatura a Limeira era presidida por Zezé Perrella, então deputado estadual em Minas Gerais, e depois por Gustavo Perrella (filho de Zezé e também deputado estadual, pelo Solidariedade). Como são parlamentares, eles não poderiam realizar contratos com o poder público.
Além de Zezé e do filho, Geraldo de Oliveira Costa, irmão de Zezé, e André Almeida Costa, sobrinho do senador, estão na lista de pessoas com bens bloqueados ao lado de funcionários da Epamig. No total, os bens dessas pessoas somam 14,5 milhões de reais. Ao Estadão, as assessorias da Epamig e da Limeira disseram que os contratos eram regulares.