Mais isolamento



Mais isolamento

Nesta manhã de terça-feira, 17, a direção do Sindieletro foi para a porta da Sede da Cemig convocar os eletricitários para ampliar a solidariedade aos trabalhadores demitidos da Cemig Serviços, que, acorrentados, ocupam o local há oito dias. Os trabalhadores foram para a frente da única portaria que a direção da empresa disponibilizou para a entrada e saída do pessoal lotado na Sede, fornecedores e clientes, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Mas os gestores da Cemig agiram rápido. Eles decidiram que os eletricitários entrassem pela garagem, misturados ao entra e sai de veículos. Eles também chamaram policiais, para intimidar os trabalhadores que estão protestando contra o autoritarismo da empresa.

Os deputados Rogério Correia e Nilmário Miranda foram para o local e, juntos com o coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, conseguiram uma reunião com um representante da empresa.

Isolamento

A situação que a Cemig impôs para os eletricitários demitidos da Cemig Serviços é desumana. Eles ocupam a Sede da empresa desde o dia 10 e direção da Cemig fechou as duas portarias principais do prédio, na tentativa de coibir a mobilização. A única entrada disponibilizada para os trabalhadores da Sede foi fechada por tapumes de forma que eles não tenham contato com os manifestantes. No saguão, ninguém entra e ninguém sai.

Os acorrentados estão sem energia, no escuro e sem possibilidade de carregar os celulares. Eles estão sem direito a banho de sol. Celulares de alguns manifestantes foram apreendidos e só devolvidos após muito protesto. A limpeza no local foi suspensa por ordem da direção da Cemig. Além disso, a empresa dificulta a entrada de alimentos e água para os trabalhadores.

Para o Sindieletro, reprimir o movimento é um vexame para a Cemig, e só demonstra não saber conviver com o direito dos trabalhadores de protestar e reivindicar uma negociação justa.

O coordenador geral do Sindieletro e secretário geral da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, lembra que, hoje, há mais duas mobilizações com ocupações de prédio e espaço públicos sem repressão aos movimentos, como é o caso dos policiais civis que estão na Assembleia Legislativa e dos professores estaduais, acampados em frente à casa do governador.

A Cemig Serviços funcionou entre 2008 e meados de 2013. Subsidiária do Grupo Cemig, a empresa demitiu de um só vez mais de 100 eletricitários, concursados. O movimento de ocupação reivindica a revogação das demissões e transferência dos trabalhadores para a Cemig Distribuição. A empresa chegou a ter em seu quadro cerca de 240 eletricitários.

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