Mais Freire, menos frota



Mais Freire, menos frota

Uma adolescente carioca, de 16 anos, contou que acordou nua no Rio com dezenas de homens ao seu redor. Um vídeo gravado pelos estupradores e matérias na imprensa mostraram que foram 33 homens.

“Mais de 30 engravidou” [sic], contabilizou um deles na internet, onde foi veiculado o vídeo em que o grupo de agressores se vangloriava com o estupro da garota.

Na mesma data da divulgação do vídeo, em 25 de maio, o ator Alexandre Frota foi recebido em audiência pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. Um dos líderes do movimento pró-impeachment acompanhava o protagonista de filmes pornôs e que já disse publicamente a um programa de televisão que estuprou uma mulher, sem que nada acontecesse com ele.

Depois, Frota escreveu no seu perfil do facebook: “Estive com o ministro da Educação hoje e pude colocar algumas ideias para ajudar um país que eu amo''.

Mendonça Filho aceitou recepcionar um sujeito que se gabou na televisão por ter feito sexo sem consentimento com uma mãe de santo. Desprezando o eufemismo, estuprando-a. Narrou a “façanha'' diante de gargalhadas do apresentador Rafinha Bastos, aplausos da plateia e urros de admiração nas redes. Ao ser violentada, a mulher desmaiou. Mais tarde, Frota alegou que o relato não passara de ficção. Mas, na TV, esclarecera a natureza do “espetáculo'': “Eu contando várias histórias que aconteceram na minha vida''.

Também noutros tempos, nem tanto tempo assim, a confraternização entre o ministro da Educação(da Educação!) e Alexandre Frota teria merecido primeiras páginas e muita menção no noticiário televisivo nacional noturno. Noutros tempos, até Gilmar Mendes ficaria indignado.

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