A aprovação da Reforma da Previdência na Comissão Especial ainda em 3 de maio de 2017 por uma ampla margem – 23 a 14 votos – sinalizava o caminho aberto para a votação da PEC no plenário. Mas o vazamento de áudios de conversas entre o presidente Michel Temer e do dono da JBS, Joesley Bastista, 14 dias depois, acabou sepultando as tentativas de votação do texto.
Passados 17 meses daquela votação na Comissão, a maioria dos deputados que garantiram a vitória do governo não conseguiu vencer nas urnas. O relator da reforma, Arthur Maia (DEM-BA), é um dos poucos que receberam mais um mandato dos eleitores. Os outros reeleitos foram Bilac Pinto (DEM-MG), Magda Mofatto (PR-GO), Junior Marreca (Patriotas-MA) e Vinicius Carvalho (PRB-SP).
Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast mostrou a lista dos derrotados nas urnas é extensa, formada por 14 deputados, incluindo um dos principais nomes da “tropa de choque” de Temer na Casa, Darcísio Perondi (MDB-RS).
Outros cinco integrantes nem chegaram a concorrer nas eleições deste ano. Alexandre Baldy (PP-GO) e Marun (MDB-MS), porque ocupam, respectivamente, os ministérios das Cidades e da Secretaria de Governo. Já Reinhold Stephanes (PSD-PR), Evandro Gussi (PV-SP) e Thiago Peixoto (PSD-GO), optaram por não disputar um novo mandato.
Para o presidente da Comissão Especial na época, o atual ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, foi uma “evidente injustiça” a derrota nas urnas dos apoiadores da reforma. “Talvez não tenha havido entendimento sobre a necessidade de aprovação da reforma”, avaliou. Segundo ele, se a reforma tivesse sido aprovada, as pessoas teriam vivido a melhora econômica decorrente dela.