Luta pelo fim da terceirização não vai calar



Luta pelo fim da terceirização não vai calar

No dia 12 de setembro um acidente grave mutilou Adilson Marques de Brito, 33 anos, que ainda está internado em estado grave no Hospital Pronto Socorro João XXIII. Por isso, o Sindieletro, dentro da sua legitimidade em defesa dos interesses dos trabalhadores, realizou um protesto indignado na semana passada, dia 14, segunda-feira. Foi um ato carregado de emoção pelas vidas que continuam sendo mutiladas e perdidas por causa da terceirização.

O presidente da Cemig, Mauro Borges, e o governador Fernando Pimentel, têm plena consciência que esses acidentes não são fatalidades mas, sim, consequências da terceirização. Por isso, eles se comprometeram publicamente com o fim desse processo que precariza, mutila e mata trabalhadores. Mas, passados mais de oito meses da posse, a nova gestão da Cemig não fez nada.

Até o momento, a atual gestão descumpriu a promessa de chamar imediatamente 1.500 eletricistas do concurso em aberto, interrompeu a mesa temática que iniciou o debate, e que, timidamente, propôs chamar para treinamento 116 trabalhadores.

O próprio Mauro Borges havia dito que, até o final de agosto, faria uma proposta “mais avançada” do que o Acordo Específico de Primarização apresentado pela categoria.

No entanto, a diretoria da Cemig foi rápida e coesa para defender o que chamou de ataques ao diretor de Distribuição e Comercialização, Ricardo Charbel. Reafirmamos que toda a direção da Cemig tem grande responsabilidade sobre essa situação, pois a gestão tem o dever de agir para garantir a segurança dos trabalhadores e, como dissemos, eles têm a consciência de que a terceirização é a causa maior dos acidentes.

Mais uma vez, estranhamos a manutenção do diretor Ricardo Charbel, que apoiou e foi responsável, junto com outros da antiga gestão, por implantar e expandir a terceirização na Cemig. Alguém acredita que esses gestores irão apoiar o fim da terceirização? Reforçamos que vamos seguir firmes na luta contra a terceirização.

Esse caminho equivocado de pressão, ameaças e ações judiciais para
intimidar os eletricitários, o PSDB já tentou por 12 anos e nós resistimos. Exigimos que cumpram a palavra e que retornem com o diálogo, sem enrolação, com propostas claras para pôr fim à terceirização de atividades-fim na Cemig. Nosso movimento só vai parar quando a Cemig assinar o acordo e primarizar.

2015 já tem quatro acidentes fatais

Só este ano, quatro trabalhadores de empreiteiras morreram prestando serviços para a Cemig. Em janeiro, o eletricista da Engelmig Elétrica, Cláudio Gomes da Silva, morreu num acidente, na região do Jequitinhonha/Almenara. Em fevereiro, o leiturista da Setel, Leean Leenyker Silva Ferreira, de 24 anos, morreu em decorrência de acidente em Uberaba.

O eletricista Pedro Murilo Santos Batista, da Eletro Pedro, de 28 anos,
perdeu a vida num acidente com choque elétrico em Pirapora. Em junho, o eletricista que prestava serviços para a Cemig pela ARJ Engenharia, Antônio de Souza Barbosa, de 27 anos, morreu após acidente sob a Linha de Transmissão 1 – Jaguara, em Bom Despacho.

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