A Cemig fará um concurso para contratação de funcionários em 2017, segundo o presidente da empresa Bernardo Salomão, em entrevista a O TEMPO. “Existe um estudo, sim. Estamos analisando essa questão, mas com certeza alguma coisa nessa linha vai ter que acontecer em 2017”, disse Salomão.
O último concurso da Cemig venceu em dezembro passado. Neste ano, também deve ocorrer um Programa de Demissão Voluntária (PDV) voltado para funcionários próximos da aposentadoria. O presidente disse que o PDV é importante para renovar o quadro de funcionários e reduzir despesas. “Tem a queda de custo, com saída de pessoas que têm um custo maior, para outras que estão chegando. É importante a Cemig abrir oportunidade para as pessoas. Com essa situação de desemprego que estamos no Brasil, o que pudermos fazer para colocar na casa, sobretudo jovens é fundamental”, afirmou Salomão.
O presidente não soube informar, porém, quais áreas serão atendidas com o novo concurso. “Vamos fazer um levantamento. É um trabalho cuidadoso para saber quais são as áreas mais carentes”, disse.
Primarização
O concurso também deve atender, segundo o diretor de Distribuição e Comercialização da empresa, Luís Fernando Paroli Santos, um processo de primarização que a Cemig está realizando. “Tivemos a primarização agora na área de projetos. A área que era terceirizada nós primarizamos para garantir que o projeto seja feito com o melhor custo-benefício”, afirma o diretor.
Santos admite que o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) participou desse processo de retorno da área de projetos para dentro da equipe da Cemig. “Estamos em comunicação com o sindicato, no sentido de trazer algumas áreas estratégicas para a primarização. Temos um plano para manter essa capacidade de trabalhar com as pessoas (terceirizadas) e, ao mesmo tempo, primarizar áreas-chave para manter o custo da Cemig”, avaliou Santos.
“Questionamos a Cemig quando teve a terceirização da área de projetos porque não dá para entregar quem planeja, quem executa e quem fiscaliza um projeto”, explicou Jairo Nogueira, diretor de relações institucionais do Sindieletro-MG.
Outra área que deve passar pela primarização, segundo Santos, é a de inspeção de linhas. “Hoje fazemos com o funcionário próprio, mas com o terceirizado também. Queremos investir para fazer com mão de obra própria”, afirmou.
Para Nogueira, a Cemig precisa contratar mais funcionários na área técnica. “O (governador Fernando) Pimentel assinou um acordo com a gente de contratar 1.500 eletricistas, e a empresa contratou cerca de 70”, informou.
Técnicos
Para o Sindieletro-MG, as áreas que precisam de concurso na Cemig, além da de eletricistas, são a rede subterrânea da capital, a rede ligada acima de 13 mil volts (Linha Viva), o plantão e o comercial.
Fonte: Jornal o Tempo
Nota do Sindieletro: eletricitários lutam há anos pela primarização
O concurso público que a Cemig anuncia é resultado da luta de anos dos eletricitários por uma empresa de serviços e emprego de qualidade. Cobramos a contratação imediata de 1.500 eletricitários, inclusive com o compromisso do governador Fernando Pimentel, em sua campanha eleitoral de 2014, de atender essa reivindicação da categoria. Cobramos que as contratações iniciais se fizessem pela convocação dos trabalhadores aprovados no concurso de 2012 em aberto. Nas negociações, a empresa se comprometeu a contratar número bem inferior aos 1.500 que reivindicamos. Mas o Sindieletro insiste que o concurso seja para substituir o pessoal terceirizado pelo quadro próprio, sobretudo na área operacional.
Não concordamos também com PDV. Demissão sempre será demissão, e isso significa agravar mais o desemprego. A Cemig precisa de mais trabalhadores, e é fundamental manter todos com experiência e eficiência para garantir aos consumidores serviços de qualidade.