O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, quer consultar o Ministério do Planejamento sobre a pauta com as reivindicações econômicas dos empregados do grupo Eletrobras. Em reunião hoje (17) com entidades sindicais, Lobão afirmou que pretende levar o assunto rapidamente à ministra Miriam Belchior para tentar uma solução para a greve da categoria, que está em seu terceiro dia.
Os trabalhadores reivindicam aumento real, auxílio-educação, revisão no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, fortalecimento do setor elétrico estatal, extensão de plano de saúde aos aposentados.
O principal entrave está no reajuste salarial. A categoria reivindica reposição da inflação mais 3% a título de aumento real, o que representa um índice próximo de 10%. A Eletrobras oferece 6,49%, correspondente ao IPCA-IBGE acumulado de maio de 2012 a abril deste ano – a data-base é 1º de maio. A empresa também quer congelar o pagamento do adicional por tempo de serviço (ATS).
“São três meses de negociação e o máximo que a direção da Eletrobras apresentou foi uma proposta rebaixada.Não é nenhum absurdo o que estamos pedindo, não há prejuízos no setor e a demanda de energia é crescente”, afirma o secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Fernando Pereira.
A estimativa da entidade é que entre 80% e 90% dos trabalhadores, nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia, tenham aderido ao movimento. Os funcionários estão trabalhando em escalas de turnos de 12 horas para garantir o fornecimento de energia aos consumidores.
Em nota, a Eletrobras "descarta qualquer possibilidade de interrupção do fornecimento de energia aos brasileiros" e diz contar com o "alto grau de responsabilidade de seus empregados".