Cerca de 20 trabalhadores e trabalhadoras com deficiência foram demitidos, na quarta-feira (8), pela Light SESA, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade do Rio de Janeiro, além de boa parte da Baixada Fluminense.
Logo após a demissão, sem qualquer justificativa, os trabalhadores procuraram o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia), que encaminhou um oficio à empresa para agendar uma reunião de emergência com a direção para pedir explicações e abrir negociações.
“Temos uma reunião na segunda-feira (13) com a direção da Light. Pelas conversas, a empresa está sinalizando que vai ter um recuo”, disse o vice-presidente do Sintergia, Eduardo Rodrigues.
As demissões causaram estranheza do sindicato e aos trabalhadores porque a Light assina anualmente um Acordo de Responsabilidade Social que prevê “a inserção dos trabalhadores portadores com deficiência, baseado num programa de contratação voluntarista.”
Os trabalhadores da Light, empresa privada de geração, distribuição, comercialização e soluções de energia elétrica, relataram ainda à direção do sindicato que eram vítimas de assédio moral em seus locais de trabalho.
Segundo Eduardo Rodrigues, apesar dos danos causados aos trabalhadores e as trabalhadoras com deficiência, as negociações estão caminhando.
Eduardo confirma ainda que, mesmo com o avanço na negociação haverá um ato na próxima terça-feira (14), às 7h30 em frente ao edifício da empresa, na Avenida Marechal Floriano, no centro do Rio de Janeiro.
“ O ato com os trabalhadores na porta da empresa está mantido. Estamos fazendo uma convocação de apoio de todos os trabalhadores da Light”, disse .
Dependendo do resultado da reunião outras medidas poderão ser tomadas, entre elas ,acionar parlamentares no âmbito municipal, estadual e federal, além de entidades de nível superior como a CUT e Federação Nacional dos Urbanitários ( FNU) e setores que tratam da questão dos portadores de deficiência no mercado de trabalho.
O que diz a Light
Após a repercussão da matéria, em e-mail enviado ao Portal CUT, a Light se posicionou sobre a demissão dos 20 funcionários.
"O desligamento destes profissionais foi reavaliado e eles serão convidados a retornar à empresa, porém com novas atribuições, para as quais receberão treinamento e capacitação. A Light não para e, somente em 2019, primarizou 900 postos de trabalho e tem previsão de mais 900 para 2020."
O que diz o Sintergia
Em resposta à retratação da Light, o sindicato diz que não foi comunicado desta decisão da empresa e, portanto, que manterá a reunião agendada com a direção da Light.
Na última quinta-feira ( 9). a CUT Rio lançou nota sobre a demissão dos 20 funcionários da Light portadores de deficiência".
Leia abaixo:
A Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro repudia as práticas feitas pela Light com seus funcionários portadores de deficiência. Vinte destes trabalhadores procuraram o Sintergia, sindicato responsável pela categoria e filiado a CUT, para homologar sua demissão. No ato, vários denunciaram sofrer assédio moral, desrespeitando suas condições de PCD’s, o que é inaceitável.
É estranho que isso venha de uma empresa que anualmente assina com o sindicato um acordo de responsabilidade social, que tem como objetivo a inserção de pessoas portadoras de deficiência em seu quadro de funcionários. Medidas para que a situação seja negociada foram tomadas e um ofício para reunião urgente com a Light já foi enviado.
A CUT Rio se solidariza com estes trabalhadores e se soma aos esforços para que essa ação não seja esquecida ou se repita. A Central estará junto com os trabalhadores em um ato que acontecerá no dia 14/01 a partir das 7h30min em frente ao edifício-sede da Light, na Avenida Marechal Floriano.
Fonte: CUT