Lideranças querem fortalecer a luta das ruas



Lideranças querem fortalecer a luta das ruas

Segundo presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, lideranças brigam pelo passe livre e denunciam abusos da Copa do Mundo há muito tempo

Uma Plenária dos Movimentos Sociais de Belo Horizonte e do Estado vai acontecer nesta sexta-feira (21), para fazer um balanço das lutas e manifestacões em curso na capital mineira e cidades do interior e planejar uma atuação qualificada, que contribua para que as atuais e próximas mobilizações conquistem vitórias efetivas.

Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG) e coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, os representantes vão avaliar a melhor forma de contribuir com os movimentos do Passe Livre e do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac), que têm puxado os protestos em Belo Horizonte.

O coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, também ressaltou que a plenária também será propor outras pautas para as ruas, como por exemplo, o tema da tarifa de energia elétrica no Estado, que já vem sendo discutido pelo grupo há algum tempo.

Segundo Joceli Andrioli, este é um momento propício para levar todas as reivindicações para as ruas e demonstrar a insatisfação do povo brasileiro. "Tudo isso é resultado da luta de vários movimentos sociais, mas apenas agora as pessoas saíram às ruas expressando seu descontentamento geral com a situação em que se encontra nosso país".

De acordo com o integrante do MAB, a população saiu às ruas de São Paulo inicialmente para protestar contra o aumento das tarifas de transporte público, mas as reivindincações transcenderam o debate de uma pauta específica em todo o país. "O povo é contra a política do capitalismo que está sendo implantada no país e clama por mudanças e transformações estruturais. O que se quer é um Brasil novo, um Brasil diferente.

Lideranças do movimento

Em sua avaliação sobre os protestos que tomaram as ruas da cidade, Beatriz desconstruiu o argumento de que não há lideranças no movimento e, inclusive, denunciou perseguição do governo a estas pessoas. "Tem lideranças que há muito tempo brigam pelo passe livre e também muitos representantes do Copac que vêm denunciando os abusos da Copa já há algum tempo", afirmou.

Ainda conforme a presidente da CUT, algumas destas lideranças estão sendo seguidas, monitoradas e tiveram seus telefones grampeados. "Essas denúncias de perseguição feitas pelos organizadores do movimento refletem uma tentativa permanente do governo de criminalizar a juventude. Isso tudo é muito semelhante ao que acontecia na ditadura militar", criticou.

Já o coordenador do MAB destacou que o que há uma disputa pela liderança dos movimentos motivada principalmente pelo que vem sendo noticiado. "A direita, através dos meios de comunicação, tem disputado uma linha para as manifestações, dizendo que não há bandeiras, de que o movimento é desorganizado e sem lideranças, mas não é verdade".

Beatriz ressaltou ainda que alguns grupos estão se aproveitando da situação. "Algumas pessoas estão se aproveitando de bandeiras que nunca defenderam para tentar tomar a frente e dar o tom da luta", ressaltou. Segundo ela, a Turma do Chapéu, que representaria a juventude do PSDB em Minas, é um dos exemplos. "Nunca tiveram bandeira de um transporte de qualidade ou do passe livre para os jovens e agora estão nas ruas" , alertou.

Plenária dos Movimentos Sociais

Formado após o fim da greve dos professores em 2011, a Plenária dos Movimentos Sociais busca a união dos representantes de várias entidades em prol de objetivos e causa comuns. Além disso, a ideia é fortalecer a organização dos movimentos em Belo Horizonte. "Articulamos em conjunto pautas de diferentes movimentos e conseguimos unificar em torno de causas centrais a todos", explica Beatriz Cerqueira.

Foi a partir desta plenária, por exemplo, que os movimentos sociais se reuniram para organizar o Plebiscito Popular, que acontecerá em outubro, sobre as tarifas de energia elétrica no Estado. A intenção é levantar discussões sobre a qualidade dos serviços e as tarifas cobradas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

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