Ao apresentar a mesma proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) contendo acordos secretos de para altos cargos, limitação a duas remunerações e indicadores sem transparência, dentre outras sandices, a Cemig foi derrotada em mais uma tentativa rasteira de dividir os eletricitários.
Quem está assustado com o orçamento secreto bolsonarista e o autoritarismo e desprezo pelos trabalhadores expressado pelo Governo Federal precisa voltar as atenções para Minas Gerais e ver o que acontece aqui, principalmente na Cemig. Seria mera coincidência ou são duas faces de um mesmo rosto?
Durante um processo impositivo e antidemocrático de negociação da PLR 2022, a ser paga em 2023, a gestão de Romeu Zema na Cemig tenta enfiar goela abaixo da categoria uma proposta pior ainda do que foi a PLR 2021.
Se a proposta anterior era impregnada de problemas que trouxeram prejuízos severos aos trabalhadores – como a diminuição drástica do montante repassado a despeito do lucro líquido da Cemig de R$3,75 bilhões, um dos maiores de sua história – a proposta atual reforça os problemas já apontados e inclui outros. Um exemplo é o acordo secreto para altos cargos, que foram separados da maioria dos empregados. Tudo para fomentar privilégios e benefícios direcionados aos que estão com o chicote na mão.
A gestão Zema na Cemig colocou seu pelotão de gerentes – aqueles dos acordos secretos – para realizar uma operação de guerra um dia antes da assembleia em Juiz de Fora. O objetivo deles era a quase impossível missão de convencer os trabalhadores que a proposta da Cemig não era tão ruim assim. Entretanto, quando apresentaram os indicadores corporativos referentes a maio de 2022, desatualizados portanto, com um desempenho destacadamente ruim, foi trágico.
Além disso, a gestão dos indicadores não possui um formato transparente para acompanhamento, o que dificulta sua abordagem até mesmo entre as lideranças, que não têm clareza sobre sua composição, a relação com a meta a ser alcançada e outros elementos a serem considerados para sua apuração.
O que o Sindieletro sempre denunciou sobre a perversidade dessa proposta ficou explícito para os trabalhadores de Juiz de Fora. Os malefícios foram comprovados e os potenciais prejuízos também. Em posse das informações e cientes das aberrações que lhes foram elucidadas, revelou-se em fatos o que antes eram suspeitas. A categoria juiz-forana se reuniu em assembleia e disse: NÃO!
A luta e a resistência continuam. É preciso que a gestão Zema mude seus métodos e comece a negociar de verdade. O Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC) que rebaixou a Cemig para a 18ª posição é um prenúncio do que pode acontecer com os outros indicadores que tentam impor aos trabalhadores para a apuração da PLR. Com imposição, não! Queremos negociação de verdade.