Jobert: tentam desqualificar a luta dos eletricitários!



Jobert: tentam desqualificar a luta dos eletricitários!

Na semana passada a colunista do jornal O Tempo, Raquel Faria, publicou uma notinha minúscula, de poucos centímetros e menor ainda na responsabilidade com que se referiu ao movimento dos eletricitários.

Ao se referir à colocação de um boneco no hall do edifício sede da Cemig, representando um trabalhador morto, Raquel afirma que imagem é de mal gosto e faz uma série de acusação leviana contra o movimento dos eletricitários. Em resposta à colunista, o diretor de Formação e Cultura do Sindieletro, Jobert Fernando de Paula, lembra que a intenção da cena na portaria da Cemig foi mesmo chocar, já que os dados sobre acidentes de trabalho na Cemig nunca sensibilizaram a empresa e nem a mídia mineira.

O diretor aponta que a jornalista buscou, de forma leviana, desqualificar o protesto dos trabalhadores, com números distorcidos e até falsos. Nos últimos 15 anos tivemos mais de 100 eletricitários terceirizados mortos a serviço da Cemig e, em 2013, a Cemig recebeu 43 notificações do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho por trabalho análogo à escravidão. As irregularidades foram detectadas em apenas uma das mais de 200 empreiteiras que atendem a estatal. Além disso, a falta de treinamento e qualificação nas empreiteiras, gera retrabalhos nas obras pela baixa qualidade na execução dos serviços, o que piora o fornecimento de energia da Cemig.

O diretor destaca que, ao contrário do que a colunista publicou, o salário inicial de um eletricista da Cemig, que enfrenta diariamente o risco da morte e garante a energia de milhões de pessoas, não ultrapassa os R$ 1.800. “Além disso não é razoável defender a precarização das condições de trabalho, expondo trabalhadores despreparados a um risco maior, para que a Cemig e os donos das empreiteiras aumentem seus lucros”, afirma Jobert.Ele lembra que grande parte desse lucro das empreiteiras vem sendo destinada à corrupção eleitoral, o que também coloca sob suspeita a imparcialidade da mídia.
Na resposta, Jobert convoca a colunista para que não desvirtue nossa luta por concurso público e pelo fim das mortes referindo-se ao movimento como se fosse uma busca por privilégios e desrespeito ao bolso do povo mineiro, que paga sem justificativa, uma das contas de energia mais caras do mundo.

Não somos ingênuos, nossa greve completou 52 dias, e quase não foi noticiada. Não deve ser por coincidência que a omissão e os ataques da mídia mineira a luta dos eletricitários, ocorra enquanto o governo de Minas aumenta o gasto com publicidade de R$ 40 milhões para R$ 96,3 milhões em 2015.
O Sindieletro irá encaminhar uma denúncia ao Sindicato dos Jornalistas, afinal o código de ética da profissão prega o compromisso com a verdade e o dever de apurar os fatos, lembrando que sequer fomos procurados para nos defender.

Para registrar: feio mesmo fez você, Raquel Faria!

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