O diretor e secretário de Formação e Cultura do Sindieletro, Jobert Fernando de Paula, foi preso no último dia 25 pela militância que realiza há dois anos no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e favelas (MLB). Nesse período, os despejos que aconteciam com enorme frequência, promovidos pelo Judiciário, pela PBH e pela mineradora Anglogold, diminuíram consideravelmente, fruto da ação do movimento, que vem conscientizando as famílias sobre o seu direito à moradia.
Mesmo sem nenhuma prova concreta, o delegado deu voz de prisão a ele, sob a acusação de fazer ligação clandestina de energia em uma ocupação. O coordenador do Sindieletro na Regional Metalúrgica, Ronei Cardoso e vários companheiros da Cemig participaram da mobilização realizada no dia 28 de setembro, no centro de Nova Lima pela liberdade do militante dos movimentos sociais. O Sindieletro e seus advogados deram todo o apoio a Jobert para reverter essa prisão arbitrária. A prisão do companheiro foi revogada no dia 28, depois que uma juíza arbitrou a fiança.
Armação e truculência policial
Ao deixar a prisão, Jobert fez o seguinte relato: “Fui preso sem que fosse apresentada nenhuma prova material contra mim. Mesmo eu sendo réu primário e nunca tendo tido uma única passagem pela polícia, o delegado me negou fiança e disse na minha cara que queria que eu delatasse quem colocou fogo nos carros do pátio do Detran. Ameaçou que se eu não dissesse isso, ele me acusaria de outras coisas, mas que de lá eu não sairia. Me acusou, também, de ter feito uma ligação clandestina na rede da Cemig (ligação que existe há muitos anos na região e que é de conhecimento da própria Cemig) e ainda qualificou o furto de energia para que me fosse negada a fiança. Disse ainda que se eu dissesse quem colocou fogo ou assumisse o incêndio, que ele me livraria ou aliviaria as acusações do gato”.
O excesso policial não parou na atitude autoritária do delegado, a manifestação realizada em frente à delegacia para a libertação de Jobert foi violentamente reprimida pelos policiais. Tiros, bombas e cassetetes provocaram várias vítimas, inclusive com pessoas com fraturas de membros e internações no pronto socorro João XXIII.
O Sindieletro protestou pela atuação covarde e antidemocrática da Polícia Militar no evento contra o aumento das passagens de ônibus em 20/8. Agora, com esta nova ação de repressão aos movimentos sociais, o Sindieletro irá exigir a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis pela covardia.
Por: Sindieletro MG