O ano nem começou direito e a luz vermelha já está acessa, com o registro de dois acidentes de trabalho graves, em um período de 24 horas, com eletricitários a serviço da empresa. As ocorrências mostram a urgência de se definir logo o Pacto de Saúde e Segurança para a implantação de ações concretas para acabar de vez com os acidentes de trabalho na Cemig.
Na sexta-feira (10), o almoxarife da Ecel Engenharia, em Ipatinga, Waldir Gomes Lara, de 37 anos, começou a trabalhar às seis horas da manhã. O seu expediente deveria acabar às 14 horas, mas a empresa fazia a readequação do almoxarifado e a jornada de trabalho do eletricitário foi estendida.
Às 18h30, após mais de 12 horas de trabalho, Waldir fazia o trabalho de corte de madeira quando a trava que protege o disco da “maquita” se soltou. A serra atingiu os dedos médio, indicador e o polegar da mão esquerda do trabalhador. O eletricitário deu entrada às 19 horas no hospital Márcio Cunha, onde passou por uma cirurgia para a colocação de pinos no dedo médio, recebendo alta do hospital às 15 horas do sábado.
O Sindieletro apurou que a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) só foi emitida na terça-feira (14). Mas a Ecel omitiu que o eletricitário fazia horas extras e informou no documento que o acidente aconteceu dentro da jornada normal de trabalho.
O Sindieletro irá acompanhar de perto a apuração do acidente, para impedir, como é de costume, que a culpa recaia sobre o trabalhador.
Acidente em Montes Claros
No dia anterior, em 9 de janeiro, o eletricista de manutenção de usinas, Dennis Ricardo Nogueira de Sá, sofreu politraumatismo ao perder o controle da moto e cair. O trabalhador que saiu da Usina de Irapé, iria para Montes Claros fazer exame médico periódico.
Dennis ficou em coma induzido e já recebeu alta do CTI, mas continua internado na Santa Casa de Montes Claros, onde passou por uma cirurgia para aliviar a pressão no crânio.