A direção da Cemig está usando recursos autoritários e de repressão para tentar impedir a luta pelo direito ao trabalho e acabar com a ocupação na Cemig, que começou no último dia 10. Mas os trabalhadores resistem bravamente e o movimento completa uma semana.
A pressão e o assédio psicológicos começaram com a decisão do presidente da empresa, Djalma Morais, de fechar os portões para impedir o acesso de pessoas as Sede, com o objetivo de evitar que a mobilização seja divulgada e que os eletricitários levem solidariedade. Jornalistas, familiares e até dirigentes sindicais estão sendo impedidos de entrar na Sede. O fotógrafo do Sindieletro não teve acesso aos trabalhdores que estão sem energia elétrica e alguns incomunicáveis já que seguranças da empresa apreenderam celulares de dois eletricitários.
No final de semana, Djalma veio com outra determinação extremamente autoritária: isolou completamente os trabalhadores no saguão da Sede da empresa, no bairro Santo Agostinho, em BH.
Os eletricitários estão recebendo tratamento de choque, como se fossem bandidos encarcerados. Impediram o direito ao sol, cortaram a energia para não usarem celulares, retiraram a recepção do saguão da Sede e instalaram tapumes para que os companheiros da Cemig e público em geral passem longe da ocupação, sem escutar, sem poder ver os companheiros da Cemig S. “Tratam-nos como criminosos, sem respeitar o nosso direito de protestar, de nos mobilizar pelo o que é justo”, disse um dos trabalhadores acorrentados.
Saúde e segurança ameaçadas
As recepcionistas foram transferidas para o jardim superior da Sede, onde permanecem ao ar livre, expostas ao sol. Pior que a situação delas, é a irresponsabilidade da direção da Cemig de expor todos os milhares de trabalhadores da Sede ao risco, com apenas uma saída, para fugir no caso de um incêndio.
Jamais desejaríamos uma tragédia, mas a própria Cemig se previne, com treinamentos de fuga de um eventual incêndio. O Corpo de Bombeiros vive orientando sobre a importância que é seguir as normas de segurança de prevenção de incêndio. É essencial que as entradas e saídas estejam abertas e acessíveis ao público. Fechar as portarias, portanto, é um grande e grave erro.
Campanha de solidariedade
“Sem emprego, isolados e reprimidos, nós, eletricitários da Cemig S que ocupamos a Sede precisamos de mais solidariedade dos companheiros. Nossos familiares estão passando por um momento difícil. Diante disso, pedimos a doação de alimentos não perecíveis, leite e material de limpeza. Por favor, quem puder ajudar, traga alimentos para a gente no saguão da sede”. Este foi o apelo de um dos trabalhadores acorrentados.