Em tempos de reversão na taxa de juros SELIC e movimentação no mercado de renda variável, ações e fundos de investimento, o assunto bolsa de valores desperta interesse, em especial, nos participantes de fundos de pensão, na perspectiva de buscar melhores rentabilidades. Sendo assim, os perfis de investimentos viraram o assunto do momento, muitos participantes buscam conhecer melhor os riscos e oportunidades de melhores retornos.
Em agosto de 2021, entrou em vigor o novo regulamento do Plano B Forluz, onde os optantes em renda variável (cotas) passaram a ter a possibilidade de alteração de perfil de investimento também para os participantes em benefício (aposentados). Essa nova condição evita que participantes que optarem por perfis mais arrojados durante o período de acumulação tenham que alterar compulsoriamente para o perfil conservador na hora de solicitar o benefício, ou atrasar a entrada no benefício, para evitar uma alteração forçada e a realização de prejuízos. Essa nova condição desperta o interesse dos participantes, mas é uma decisão importante que requer estudos e disciplina, pois pode gerar impactos nos benefícios, seja através de ganhos ou de perdas.
A opção de alteração permite a escolha de perfis mais conservadores (ultraconservador), lastreado apenas em renda fixa ou perfis mais arrojados que possuem parte da carteira em renda variável. Embora essa opção permita que participantes que optaram por estes perfis (conservador, moderado e agressivo), durante a fase de acumulação, continuem nos referidos perfis após a entrada em benefício, é necessário que seja avaliada com muita cautela e critérios. Há ainda a necessidade de muito estudo e acompanhamento constante.
Para os críticos da possibilidade de alteração para assistidos, a reserva de poupança previdenciária não deve ser utilizada para investimentos com maiores riscos, justamente por se tratar de um fundo de aposentadoria, independente da possibilidade de maior rentabilidade; no entanto, na visão dos participantes mais novos e antenados ao tema investimentos, trata-se de uma oportunidade de auferir maiores rentabilidades e uma maior reserva previdenciária no futuro, principalmente diante da dificuldade dos planos em acompanhar a RMA (Rentabilidade Mínima Atuarial). Nos últimos 5 anos, somente o perfil ultraconservador conseguiu bater a RMA.
De fato, em uma visão de longo prazo pode haver vantagens, a depender do momento de alteração nos perfis, entrada e saída dos investimentos. Lembrando que renda variável é um investimento de risco, uma vez que depende de uma série de fatores que podem influenciar diretamente a rentabilidade. Muitas vezes os participantes se empolgam com as notícias de alta no mercado variável e sem maiores estudos tomam a decisão de alterar seu perfil de investimento, motivados pelo efeito manada, fazendo alteração porque o colega fez; alguns acertam a mão, porém, outros não, e quando acontecem perdas acabam realizando prejuízos para a sua poupança previdenciária e benefícios futuros.
Por isso, fica um alerta importante: Eventuais ganhos ou perdas refletirão nos benefícios até o final dos recursos ou podem até adiantar eventual exaurimento. Portanto, “MUITA CALMA NESSA HORA!!!”.
Lembrando ainda que, no caso dos benefícios variáveis dos planos CD ou CV, o risco de perdas e exaurimento é todo dos participantes.