Os eletricitários continuam apontando falhas graves no edital para o processo de seleção interna elaborado pela Cemig de forma autoritária e divulgado no último dia 23.
Um trabalhador questiona a arbitrariedade da cláusula 3.4 do edital, que exige a comprovação, no ato da inscrição (até 13 de fevereiro de 2015) de conclusão do curso requerido para o cargo de opção. “Estou no décimo período de Engenharia e vou me formar em junho. Mas, por causa da regra, não vou poder me inscrever no processo”, lamenta.
Trabalhadores cedidos à Gasmig que possuem formação superior compatível com as vagas oferecidas e que aguardavam ansiosamente pela oportunidade de crescimento profissional também estão revoltados com as regras. Pela cláusula 3.5, estão fora do processo trabalhadores cedidos às empresas Gasmig, Cemig Saúde, Forluz, Cemig Telecom, INDI e Efficientia, assim como os cedidos aos órgãos públicos ou entidades representativas. “É frustrante para mim saber que, mesmo formado em Engenharia Mecânica não poderei participar da seleção interna”, diz um trabalhador cedido.
Interior excluído
Para o Sindieletro outro problema grave é a exclusão dos trabalhadores do interior. Em todo o edital foi oferecida apenas uma vaga para a região Mantiqueira, para técnico em sistema elétrico. Para as regiões Norte e Sul foram abertas três vagas, Oeste e Leste quatro e Triângulo cinco vagas. Esse número que nem de longe atende as demandas das regiões, confirma a precariedade e injustiça das regras impostas pela empresa para a seleção interna.
Contratação suspeita
Um trabalhador relatou ao Sindieletro que considera estranho que o processo de seleção interna da Cemig seja realizado pela Fundação Eduardo Azeredo, instituição privada, criada em 1996, que leva o nome do pai do ex-governador Eduardo Azeredo. O instituto que em 2014 realizou o concurso público da Cemig Telecom, é presidido por Aluisio Pimenta, ex-assessor especial de Aécio Neves. Segundo reportagem da Revista Carta Capital, apenas entre 2003 e 2011, a Fundação faturou R$ 212,1 milhões de verbas repassadas diretamente do governo de Minas.
“Sob pretexto de notória especialização, a fundação sempre foi contratada pelos governos tucanos sem licitação. Na primeira gestão de Neves, por exemplo, a entidade recebeu cerca de R$ 20 milhões, limpos, dos cofres estaduais, para serviços em área de comunicação social”, apurou o repórter da Carta Capital, Leandro Fortes. Entre os principais clientes da fundação contratada sem licitação está a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e estatais como a Copasa, a Copanor, a Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (CASEM) e o Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (DEOP).
Opine sobre a seleção interna
O Sindieletro pede que mais trabalhadores opinem sobre a seleção interna. Envie sugestões, avaliações e considerações para o e-mail cinformacao@sindieletromg.org.br e ajude-nos a debater o processo de seleção interna que a atual direção da empresa tentou impor, desconsiderando a opinião dos trabalhadores. Não será identificada a autoria das mensagens.