Nas primeiras assembleias promovidas pelo Sindieletro, os trabalhadores seguem rejeitando as propostas de PLR da Cemig, que rebaixa o montante e mantém a desigualdade na distribuição, e de ACT, que impõe muitas perdas e arrocho salarial aos trabalhadores. Diante da postura da empresa na mesa de negociação, a maioria dos trabalhadores também delibera pela realização de greve por tempo indeterminado a partir da quarta-feira, dia 25.
Esses resultados confirmam a indignação geral da categoria com as propostas ultrajantes da empresa e com uma gestão que entrou prometendo mudanças, valorização e respeito, mas até agora só fez alarde para retirar direitos dos trabalhadores. Enquanto isso, os privilégios continuam para assessores, diretores, gerentes e superintendentes mostrando que a Cemig está jogando tudo nas costas dos trabalhadores o que só fortalece a disposição da categoria para a greve.
As assembleias prosseguem em todo o Estado até terça-feira, 24. Todos os eletricitários devem se manter mobilizados prontos para a briga necessária por mais respeito e direitos.
Proposta abaixo da crítica
A Cemig apresentou na última sexta-feira (20) uma proposta ultrajante para a renovação do nosso ACT. Com um discurso alarmante sobre crise (a gestão do PT está repetindo a fala da oposição?) a empresa está propondo jogar a conta nas costas dos trabalhadores.
Para piorar, ainda está aproveitando para tentar cortar nossas conquistas! Primeiro, devemos considerar os fatos: a Cemig obteve R$ 2,2 bilhões de lucro até o terceiro trimestre deste ano, mantendo o mesmo nível registrado em 2014. Também devemos considerar que as tarifas de energia estão crescendo muito acima da inflação.
No entanto, com a desculpa da crise, a empresa propõe um grande arrocho na remuneração dos eletricitários.
Até mesmo o vale peru a empresa quer cortar. Isso é inadmissível.
Participação nos lucros Conforme estudo do Dieese, a proposta
de PLR reduz o montante a ser distribuído para metade. Com isto, mesmo com o reajuste de 10,3% proposto pela Cemig para cláusulas econômicas, trabalhadores com salário de R$ 4.000 perderão, em média, 18% do total da sua remuneração no ano. Portanto, o presidente da Cemig, Mauro Borges, mentiu quando afirmou que iria “assegurar o poder de compra dos salários”.
Com relação à proposta de 10,3% de reajuste, ela é infimamente inferior ao acumulado pelo INPC (10,33%), mas o pior é que vem como barganha. Em troca de recompor a inflação, a Cemig quer que os trabalhadores concordem com:
1) Abrir mão da verba de 1,2% da PLR deste ano para pagar somente em 2016 (se é que não vai querer dar o cano ano que vem);
2) Abrir mão de ação já ganha na justiça sobre o calote na verba do PCR (1%) relativo a 2007 que deveria ter sido paga em 2008;
3) Reduzir o capital do seguro de vida em grupo em até 80% além de reduzir algumas coberturas.
Onde estão os compromissos de valorização profissional, primarização das atividades-fim, garantir saúde e segurança, manter empregos, proteger os mais necessitados, e promover o desenvolvimento do estado? Era só promessa eleitoral?
A inflação de 10,33% já foi uma enorme perda em nossa renda durante o ano, e agora a Cemig quer chantagear a categoria, exigindo que os trabalhadores abram mão de conquistas em troca deste reajuste.
ASSEMBLEIAS 23 E 24 DE NOVEMBRO:
1) Proposta de PLR
2) Proposta de renovação do ACT
3) Greve a partir de quarta-feira (25)