Trabalhadoras e trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) paralisaram suas atividades em todo o Estado na quinta-feira (19) se seguem pressionando para a empresa negociar o ACT. A empresa e a representação sindical da categoria chegaram ao impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho.
Apesar de terem a data-base de 1º de maio garantida pela direção anterior da Copasa, que permitiria a retroatividade do eventual acordo a ser firmado, passados sete meses as partes não chegaram ao entendimento e a nova diretoria não quer manter as negociações em aberto, limitando o acordo vigente apenas até 20 de dezembro.
A direção da empresa quer ainda alterar cláusula de garantia de emprego com a clara intenção de fazer demissão em massa de trabalhadores, apesar da estabilidade constitucional de trabalhadores contratados em estatal através de concurso público. Outra questão que dividiu os trabalhadores, a Copasa quer alterar o regulamento de Participação nos Lucros (PL), de forma a reduzir valores lineares recebidos por 75% dos cargos e dividir os demais 25% por um número seleto de cargos de confiança. Até o momento, todos os trabalhadores da empresa recebem o mesmo valor médio de PL em torno de R$ 2.900, mas com a mudança os cargos gerenciais poderiam chegar a PL de até R$ 55 mil.
O que mais preocupa trabalhadoras e trabalhadores é a intenção da direção da empresa em desligar trabalhadores, rompendo o princípio constitucional da estabilidade.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua), Eduardo Pereira, que representa os trabalhadores da Copasa, “a empresa interrompeu o diálogo, impondo uma proposta final, mas com uma redação em que o Sindicato faria a anuência para as demissões, o que é rigorosamente inadmissível por ferir a legislação vigente”.
Eduardo afirma que a categoria está mobilizada e que os trabalhadores realizarão suas manifestações e paralisação das atividades seguindo todos os preceitos legais, para que a população não seja prejudicada.
Fonte: CUT Minas