Impactos do Regime de Recuperação Fiscal são debatidos em nova reunião



Impactos do Regime de Recuperação Fiscal são debatidos em nova reunião

Discutir os impactos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na educação e na prestação dos serviços públicos à população mineira. Esse é o objetivo de audiência pública que a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai realizar na próxima terça-feira (7/11/23), às 9h30, no Auditório José Alencar.

Para a adesão do Estado ao RRF, o governo depende de autorização da Assembleia por meio do Projeto de Lei (PL) 1.202/19, cujo autor é o governador Romeu Zema. A proposição aguarda análise da Comissão de Administração Pública, em 1º turno. 

Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça deu aval à matéria, após uma reunião que durou quase seis horas. Alguns deputados buscaram obstruir a apreciação do projeto, como estratégia para ganhar tempo e analisar de maneira mais detalhada os impactos dele no Estado.

O RRF prevê uma renegociação das condições para o pagamento da dívida do governo estadual com a União, calculada atualmente em cerca de R$156 bilhões.

Para a atividade desta terça (7), que foi solicitada pela presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), foram convidados representantes de diversas associações, sindicatos e organizações ligadas a servidores públicos estaduais de carreiras e poderes variados.

 

RRF tem pautado diversas discussões na ALMG

A adesão do Estado ao RRF tem motivado diversos debates na Assembleia. No último dia 24 de outubro, três comissões da ALMG - de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), de Constituição e Justiça (CCJ) e de Administração Pública – realizaram uma audiência pública sobre o assunto.

Participaram da reunião os secretários de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e de Governo, Gustavo Valadares.

Diversos deputados que acompanharam a atividade reclamaram da falta de detalhamento técnico do Plano de Recuperação Fiscal, enviado pelo Governo de Minas ao governo federal, pelos secretários de Estado.

Nessa reunião, a deputada Beatriz Cerqueira enfatizou que essa falta de detalhamento limita o acesso da população às informações e também o debate.

Ela citou, entre outros pontos, a ausência de informações sobre o limite de crescimento da folha de pessoal, que já constaria no plano; a falta de uma estimativa de reajustes da remuneração dos servidores da educação até 2032 e um detalhamento do corte de benefícios fiscais, que segundo ela só começaria em 2029.

Nessa reunião, os gestores estaduais negaram que o RRF seja um obstáculo para concessão de reajustes salariais aos servidores públicos. Outro contraponto feito foi a necessidade de adesão ao RRF, diante da possibilidade de que o aumento das parcelas da dívida com a União obrigue o Estado a retomar o parcelamento da folha de pagamento.

O RRF tem sido defendido pelo Governo de Minas como a alternativa encontrada para negociar a dívida do Estado com a União e preservar políticas públicas.

 

Ciclo de debates

Outra iniciativa que abordou o assunto, nos últimos dias 26 e 27 de outubro, foi a realização do ciclo de debates Endividamento de Minas Gerais. Durante os dois dias de evento, especialistas abordaram temas como a evolução da dívida do Estado e as soluções propostas como o RRF.

Para a maioria dos participantes, o RRF não vai resolver a questão da dívida do Estado com a União. Por isso, defenderam que a solução deveria ser política.

 

Parecer na CCJ

Na CCJ, o relator do projeto e presidente da comissão, deputado Arnaldo Silva (União), apresentou um novo substitutivo ao projeto. Esse novo texto prevê, entre outros pontos, a vinculação de receitas provenientes da venda de estatais e empresas públicas ou concessão de serviços e ativos ao pagamento de passivos de dívidas. Além disso, desvincula do PL 1.202/19 a discussão sobre o teto de gastos.

 

Fonte: ALMG

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