Aconteceu nesta terça-feira, pela manhã, reunião dos eletricitários com o secretário de Governo, Odair Cunha l, no BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), na rua da Bahia, 1.600, em BH. No encontro, agendado pelo secretário Odair Cunha, defendemos a pauta prioritária da nossa categoria: Primarização, PLR 100% linear e a não retirada de direitos. A expectativa era reunião com o governador Fernando Pimentel, mas ele não compareceu. Os Sindicatos ainda insistem em marcar uma reunião com Pimentel.
Na reuniao, os sindicatos reafirmaram a defesa PLR totalmente linear, primarizacao, nao desconto dos dias parados e nao exigência retirada acao PCR.
Os trabalhadores seguiram em passeata da rua da Bahia para a Sede da Cemig e eles cobram encontro com Mauro Borges no período da tarde, presidente da Cemig e o secretário de Governo assumiu o compromisso de se reunir novamente com os sindicatos, no final da tarde.
Sindieletro, Senge, Sindicato dos Administradores e Sindicato dos Advogados, além de deputados, estiveram presentes na reuniao. Do lado de fora, a rua da Bahia em trecho do número 1.600 foi fechada. Eletricitarios de várias localidades, da Grande BH e interior, estão em vigília em frente ao BDMG, pressionando para sair uma proposta digna.
Com relação à primarização, cobramos a contratação imediata de 1.500 eletricistas, que é compromisso do próprio Pimentel assumido durante campanha eleitoral do ano passado, além da garantia de um Acordo Específico de Primarização que inclua as equipes multifuncionais (duplas de eletricistas responsáveis pelos serviços emergenciais e comerciais).
Buscamos, desde o início do ano, negociar o fim da terceirização de forma equilibrada, mas queremos um compromisso firme, para que não seja apenas mais uma enrolação.
Em relação à PLR, vamos relembrar o governo que o montante a ser distribuído proposto pela Cemig este ano (R$ 100 milhões) é menos da metade do distribuído no ano passado (R$ 273 milhões). Essa redução traz perdas de remuneração anual do trabalhador que variam entre 12% e 24%, afetando principalmente os salários mais baixos.
Ao contrário do que afirma o presidente da Cemig, Mauro Borges, quando classificou os trabalhadores como “intransigentes”, sabendo da condição adversa enfrentada pela Cemig este ano, os eletricitários aceitaram reduzir a quase um terço o montante distribuído no ano passado.
Por isso, por justiça e para minimizar os prejuízos para os trabalhadores com menor remuneração, defendemos a distribuição totalmente linear dos lucros da empresa.
UM GRANDE E SONORO “NÃO” À RETIRADA DE DIREITOS
O Sindieletro também reforçará na mesa de negociações que a categoria eletricitária não aceita a política de retirada de direitos absurda adotada por essa direção da Cemig. Primeiro, tentaram acabar com o vale peru dos eletricitários e eliminar quase todo o montante da PLR. Depois, tentam fazer cortes gigantescos no seguro de vida, conquistado há mais de 20 anos pela categoria.
Cobraremos, na reunião com o governador, que seja retirada a proposta que reduz o capital do seguro de vida em grupo, direito histórico e mutualista pago a vida toda pelo trabalhador.
Também cobraremos que seja excluída da proposta da empresa a exigência de que o Sindieletro desista da ação sobre verba do PCR de 2007/2008, que já foi ganha na Justiça.
Vamos, sobretudo, questionar o governador sobre a postura da atual direção da Cemig, que ataca direitos históricos dos eletricitários. Não deixaremos que empresa continue com essa escalada de cortes, pois, daqui a pouco, seremos uma categoria sem direitos e sem conquistas, quiçá sem emprego, num governo que foi eleito com apoio da classe trabalhadora.
Reafirmaremos ainda a nossa reivindicação pelo não desconto dos dias parados, já que a nossa greve completa hoje 35 dias e, desde o primeiro momento, buscamos o caminho da negociação. O impasse só não foi resolvido por intransigência da direção da Cemig. Esse ponto da pauta é tão importante que, em outubro deste ano, os bancários só aprovaram o fim da greve de 21 dias depois que os bancos incluíram em sua proposta o abono de 72% dos dias parados.
Também temos que questionar se é legal o desconto dos dias de luta, uma vez que a greve é um direito constitucional e houve acordo para a manutenção de serviços essenciais.