A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras entidades que defendem as empresas estatais e o serviço público das três esferas – federal, estadual e municipal – realizaram na quinta-feira (10) uma mobilização nacional em defesa do setor público, contra a reforma Administrativa e pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600. Atos, carreatas, panfletagens e intervenções culturais estão sendo realizados em todo o país, respeitando todos os protocolos de segurança e distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus.
As atividades continuam nesta sexta-feira (11), com um dia em defesa das estatais brasileiras, que vêm sendo atacadas desde o golpe de 2016, primeiro por Michel Temer (MDB-SP), depois, pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende entregar à iniciativa privada e ao capital estrangeiro as principais empresas nacionais, estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, como a Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobrás e Correios.
Os ataques às empresas públicas afetam toda a sociedade, que corre o risco de perder serviços essenciais em áreas importantes como saúde e educação. “Os trabalhadores devem estar mobilizados para enfrentar os ataques do governo ao serviço público porque, no fim, quem vai pagar a conta dessa destruição é o povo brasileiro, em especial os mais pobres, que não vão ter mais acesso a serviços básicos como saúde e educação”, disse Pedro Armengol, diretor executivo da CUT e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Reforma Administrativa
A principal frente de ataque é a reforma Administrativa proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Trata-se de um conjunto de medidas que tira do Estado qualquer responsabilidade social.
“A ganância do capital é cruel. No meio de uma pandemia, em que o Brasil inteiro percebeu a importância do serviço público, o governo apresenta uma proposta que, resumindo, tira a responsabilidade Estado”, explicou Armengol, ao explicar que a intenção de Bolsonaro e Paulo Guedes é terceirizar os serviços públicos e cortar recursos e postos de trabalho, destruindo assim o serviço público.
Auxílio emergencial
Ainda de acordo com o dirigente, os trabalhadores públicos entendem que neste momento, com a gravidade da crise econômica e o aumento do desemprego, consequências da falta de políticas de enfrentamento à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00, conquistado pela CUT, centrais e partidos de oposição em abril desde ano, é, ao menos, “um paliativo que minimiza a situação de precarização das pessoas”.
Defesa das estatais
Nesta sexta-feira, dia 11, a mobilização é contra as privatizações de empresas públicas e, além dos atos, duas publicações – uma em português e outra em espanhol –, serão lançadas neste dia, para reforçar a importância das empresas e serviços públicos para a sociedade.
Já é possível acessar a íntegra das obras nos nos sites do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (www.comiteempresaspublicas.com.br) e no da representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano – www.ritaserrano. com.br.
O estudo do Transnational Institute (TNI) apresentado em meados deste ano reúne informações sobre mais de 1.400 casos bem-sucedidos de remunicipalização em mais de 2.400 cidades de 58 países ao redor do mundo.
Além da obra “O Público em Mãos Públicas”, será lançada a cartilha Empresas Públicas, Fakes e Hechos. Esta publicação foi originalmente lançada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas em 2019, e agora ganha sua versão em espanhol.
O lançamento das duas obras, com ato e debate sobre os temas, será realizado a partir das 16h no Facebook da Fenae, do Comitê em Defesa das Empresas Públicas e de Rita Serrano, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa.
Fonte: CUT, com edições da Contraf-CUT