Greve na Ecel

Os mais de 100 trabalhadores da Ecel, empresa terceirizada que presta serviços para a Cemig no Vale do Aço, continuam em greve. Na manhã desta terça-feira eles se concentram na portaria da empresa, em Ipatinga. Os eletricitários da Ecel reivindicam a implantação de plano de saúde pela empresa, fim dos atrasos constantes no pagamento de salários e pagamento correto das horas extras. Os trabalhadores ainda denunciam que são forçados a cumprir jornadas nos finais de semana, sem receber nada em troca, e que a empresa não paga o tíquete alimentação há 15 dias.

A mobilização está bem forte. A empresa recebeu, ontem, representantes dos trabalhadores, mas enrolou, afirmando que só negociava se eles voltassem a trabalhar. A categoria rejeitou essa proposta e resolveu trancar o portão da empresa, de modo que ninguém saía e ninguém entrava. A policia foi acionada pela empresa e os trabalhadores abriram os portões, fechando novamente quando a policia foi embora. A empresa também contratou dois seguranças particulares que foram denunciados à policia por suspeita de porte de arma. Eles foram revistados, mas nenhum armamento foi encontrado.

Após a saída da policia, os trabalhadores cobraram novamente da empresa a negociação de seus direitos. Eles também pedira a gerentes da Cemig que determinassem prazo para atendimento às reivindicações. Eles enrolaram por umas quatro horas e, ao final da tarde, não deram resposta. Apenas disseram que encaminharam as reivindicações para a direção da empresa, algo que eles deveriam ter feito na semana passada.

A maioria dos trabalhadores da empreiteira recebe salário mínimo (quatro a seis vezes menos do que um eletricista do quadro próprio da Cemig) e é forçada a trabalhar por produtividade, mesmo atuando no sistema elétrico de potência, o que aumenta muito as chances de acidentes.

O Sindieletro apoia o movimento e está acompanhando a luta dos companheiros em Ipatinga. A mobilização é por vida, dignidade e trabalho para todos! A categoria dos eletricitários é uma só!