Greve: milhares de eletricitários lotam a ALMG em defesa da Cemig Saúde
Mais um dia de luta em defesa da Cemig Saúde e do PSI reuniu uma multidão de eletricitários, tanto da ativa quanto aposentados, na sede da Cemig, atendendo à convocação do Sindieletro. O ato, realizado na terça-feira, 11 de março, e iniciado às 8h, seguiu em passeata até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde ocorreu uma audiência pública sobre as ameaças ao plano de saúde dos trabalhadores.
O auditório da ALMG ficou pequeno diante da quantidade de manifestantes, estimados em cerca de dois mil. De maneira oportunista, a direção da Cemig e da Cemig Saúde lotou o plenário com gerentes e chefias, reduzindo o espaço para os eletricitários. Mesmo assim, milhares de trabalhadores se acomodaram no hall em frente à Praça da Assembleia, onde um telão foi instalado para acompanhar a audiência.
Reivindicações e cobranças
Durante a audiência, o diretor do Sindieletro, Jefferson Silva, cobrou da gestão da Cemig o abono do dia de greve. O economista Carlos Machado, da subseção do Dieese no Sindieletro, apresentou dados que mostram o crescimento contínuo dos lucros da Cemig, grande parte direcionada aos acionistas em detrimento dos trabalhadores.
O presidente da Cemig Saúde, Anderson Ferreira, e o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, foram duramente criticados. Durante a fala de Passanezi, os eletricitários deram-lhe as costas, deixando-o falando sozinho, em um ato simbólico de rejeição à sua política de retirada de direitos e sucateamento da Cemig.
Parlamentares em destaque
O deputado Adriano Alvarenga (PP), aliado do governador Romeu Zema, foi fortemente vaiado ao defender a retirada de direitos e a destruição do PSI. Já o deputado Professor Cleiton (PV) comparou Reynaldo Passanezi a Joaquim Silvério dos Reis, traidor de Tiradentes, alegando que o presidente da Cemig está à frente da empresa para piorar os serviços e eliminar direitos, preparando o terreno para a privatização.
O deputado Betão (PT) desmentiu diversos argumentos de Anderson Ferreira e Passanezi, denunciando a omissão de informações cruciais, como o fato de que milhares de aposentados e seus familiares ficarão sem o plano de saúde.
"A Cemig Saúde é dos trabalhadores"
O coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, destacou que a maioria dos manifestantes eram beneficiários do PSI, incluindo idosos que viajaram de longe para estar na audiência. Ele ressaltou que a Cemig Saúde não é uma entidade privada, mas uma conquista dos trabalhadores garantida em acordo coletivo.
Emerson também denunciou que a gestão da Cemig rompeu o acordo que criou a Cemig Saúde e o PSI. Criticou o fim da paridade na gestão do plano, a imposição do voto de minerva e o esvaziamento das funções da Diretoria de Relações com os Beneficiários (DRB), limitando a atuação do diretor eleito, Edvaldo Pereira.
Crítica ao reajuste abusivo e às negociações injustas
Outro ponto abordado foi o reajuste abusivo de 60% no plano de saúde, implementado logo após um reajuste negativo em 2024. "Estranho se esquecerem de mencionar isso", ironizou Emerson Andrada. Ele também denunciou a demora da Cemig em cumprir decisões judiciais desfavoráveis aos interesses da empresa, enquanto aplica de imediato as sentenças que lhe beneficiam.
Além disso, criticou o aumento do DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), indicador que reflete a piora no atendimento da Cemig.
"A Cemig fatura R$ 40 bilhões anuais e gasta menos de 0,5% desse valor com o plano de saúde", ressaltou, exigindo negociação real, sem chantagem e sem sequestro de direitos.
O Sindieletro reforçou que qualquer negociação deve começar com a retirada do reajuste abusivo e a manutenção do patrocínio da Cemig ao plano. A categoria segue mobilizada e cobra o acompanhamento da ALMG para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam preservados.
CONFIRA:
Acesse o vídeo e leia a matéria da ALMG sobre a nossa greve e a audiência.
NOSSA GREVE EM IMAGENS:
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