Por todo o país, petroleiros e petroleiras estão mobilizados nessa que já é considerada a greve mais forte da categoria nos últimos anos. O movimento entra no décimo dia, nesta segunda-feira, com adesões em 92 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados do país, o que significa cerca de 20 mil trabalhadores na greve.
Os petroleiros cobram a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na próxima sexta-feira, 14, e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho. No domingo, mais três plataformas aderiram à greve, junto com o Terminal Aquaviário de Vitória. Já são 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.
A adesão à greve ocorre sem piquetes, só na base do convencimento, em cumprimento à decisão do ministro do TST, Ives Gandra. Os sindicatos continuam aguardando informações da direção da Petrobrás para compor os quantitativos de trabalhadores necessários para manter o atendimento das necessidades básicas da população.
Contratação de fura-greves
O artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89) afirma que patrão e empregados manterão "os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento".
Os petroleiros são os mais interessados na manutenção da segurança do ambiente de trabalho e na continuidade das operações após a greve. Quem quer fechar fábricas é a direção da Petrobrás. Mas, em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.
Ao mesmo tempo, a empresa informa que “as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento”.
Gestão da Petrobrás quer politizar a greve
A contradição da gestão evidencia o tratamento político que a direção da Petrobrás está dando à greve dos petroleiros ao apostar na tentativa de criminalização do movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de “fura-greves”.
Por que os gestores se negam a dialogar com a Comissão Permanente de Negociação da FUP segue há nove dias em plantão de 24 horas dentro da sede da Petrobrás, buscando interlocução com a empresa?
Em vez disso, a gestão da Petrobrás continua tentando, sem sucesso, expulsar os cinco dirigentes sindicais que estão desde 31 de janeiro aguardando reunião no andar onde funciona a gerência de Recursos Humanos.
“A permanência de 5 dirigentes em uma das salas do prédio da empresa, embora incômoda, não impede ou dificulta a continuidade do pleno funcionamento da Petrobrás, tampouco impede a livre movimentação de bens e pessoas”, assegurou a juíza Najla Rodrigues Abbud, do Tribunal da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, ao negar o interdito proibitório da Petrobrás.
Fonte: FUP