Greve dos petroleiros na PBio continua e com paralisação na produção das usinas



Greve dos petroleiros na PBio continua e com paralisação na produção das usinas

Hoje, a greve dos petroleiros da Petrobras Biocombustíve (PBio) completa cinco dias. Pela manhã desta segunda-feira, 24, a Regional Norte do Sindieletro participou de atividades de mobilização da categoria petroleira, em Montes Claros. Levamos nosso apoio e solidariedade.

Na sexta, 21, no segundo dia de greve dos petroleiros e petroleiras da Petrobras Biocombustível (PBio) a categoria realizou um ato pela manhã na porta da Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, e com a parada de produção das unidades operacionais do Norte de Minas e de Candeias, na Bahia.

“Por conta da intransigência da gestão da empresa, que não quer negociar o efetivo e cotas de produção com a direção do Sindipetro/MG e do Sindipetro/BA, tivemos a parada de produção da Usina Darcy Ribeiro, em Montes Claros, e da Usina de Candeias, na Bahia”, explicou o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

A greve segue por tempo indeterminado e conta com 100% de adesão nas áreas operacionais, incluindo todos os supervisores das usinas. No escritório da subsidiária, no Rio de Janeiro, mais de 80% dos trabalhadores sem funções gerenciais também participam da paralisação.

“O Brasil é o terceiro maior mercado de biodiesel do mundo, mas a despeito de sua importância, a PBio está sendo desmontada desde o golpe de 2016. Abandonar o setor de biocombustível, além de impactar a agricultura familiar, desempregando mais brasileiros e brasileiras em plena pandemia, é condenar o futuro da Petrobrás, que vem sendo apequenada pelas últimas gestões, caminhando para se tornar uma empresa suja, sem compromisso com o meio ambiente, na contramão das grandes empresas de energia”, alerta Bacelar.

Gestão bolsonarista quer demitir trabalhadores concursados

Além de promover o desmonte da Petrobras, a atual gestão da estatal, aliada ao governo de Bolsonaro, trabalha para prejudicar os 150 trabalhadores concursados que atuam na Petrobras Biocombustível (PBio) e dependem do emprego para o sustento de suas famílias.

O motivo para as demissões: uma “impossibilidade jurídica” no modelo de venda da subsidiária da Petrobras. Uma desculpa, usada como justificativa para quebrar a promessa de realocação dos trabalhadores feita pela empresa em 2019.

A injustiça é tão grande que motivou a participação total dos trabalhadores das unidades operacionais da Petrobras Biocombustível na greve em defesa dos empregos dos petroleiros e contra a privatização da subsidiária, iniciada no dia 20 de maio.

“A greve reivindica a manutenção dos empregos dos trabalhadores concursados da PBio, que já receberam todo o treinamento para atuar na empresa e ouviram, em 2019, a falsa promessa de que seriam realocados a outras áreas do Sistema Petrobras em caso de venda da subsidiária”, explicou o coordenador do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori.

Em negociação com a Petrobras, o Sindipetro/MG solicitou que a empresa volte atrás e coloque em seus planos a realocação dos trabalhadores caso a venda da PBio seja concluída. Porém, a empresa preferiu usar o modelo de venda da PBio como uma muleta para justificar sua decisão.

No informe enviado ao Sindicato, a empresa afirma que “tendo em vista que o modelo de negócios adotado para o desinvestimento da PBio consiste na venda do controle acionário da subsidiária e saída do setor de Biodiesel, conforme planejamento estratégico da Petrobras, a solicitação do Sindicato esbarra em impossibilidade jurídica, já que não cabe sucessão dos contratos de trabalho pela Petrobras. Informamos que, conforme o modelo de negócio adotado pela Controladora, haverá sucessão dos contratos de trabalho da PBIO pelo comprador.”

“Sabemos que a transferência dos mais de 150 trabalhadores e trabalhadoras da PBio para serem demitidos pelo comprador é uma decisão gerencial e não limite legal. Se a empresa já alternou o modelo de venda por mais de uma vez, se for necessário, que alterne novamente e mantenha os empregos”, argumentou Finamori.

Não é só com o movimento paredista que a categoria petroleira está lutando por seus empregos e contra a privatização da Petrobras Biocombustível. Além da greve, teremos audiências públicas na Câmara Municipal de Montes Claros e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater sobre os prejuízos da privatização da Petrobrás Biocombustível, com apoio de parlamentares de Minas e da região.

Além disso, os representantes da categoria petroleira ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) estão em constante diálogo com parlamentares da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, no Congresso Nacional. 

O Sindipetro/MG também entrou com ações em órgãos competentes da Justiça para denunciar a ilegalidade da venda das subsidiárias da Petrobras, que estão sendo realizadas sem o devido processo licitatório, em claro desvio de finalidade.

Fonte: CUT Minas 

item-0
item-1
item-2
item-3